nós as duas

Não, não me canso.
Não me canso de te agarrar na mão.
De te fazer festas nos cabelos.
De te dar mimos e amor.
Todo o amor que um filho pode dar a uma mãe.
Eu que nunca fui assim.
Assumo que mudei precisamente por ir, tambem eu, ser mãe.
E já to disse.
E tu já te riste.
Porque nada na vida vem tarde.
Só aquilo que não fazemos.
E a nossa relação foi uma montanha russa durante 33 anos.
Mas foi a nossa.
E orgulho-me de nós. Seguimos juntas quando podia ter ido cada uma para seu lado.
Não é tarde para baixar barreiras e retribuir.
Porque tu sentes.
Os teus olhos dizem tudo.
Mesmo numa cama de hospital.
Como a paz que emanas estou ao pé de ti.
E assim será, mãe.

quarta-feira

Haja dias de sol. Energia positiva. Bons pensamentos. Novos projectos. Muitas reuniões. E acima de tudo um bebé lindo a fazer a minha barriga crescer... para combater aqueles momentos tristes e pesados, em que tudo é difícil. Em que as saudades apertam. Em que as injustiças da vida magoam. Felizmente, hoje é um desses dias.

o teu coração dentro de mim

É um som lindo.
Um barulhinho bom. Absolutamente maravilhoso.
Que ainda ecoa nos meus ouvidos e me traz imediatamente lágrimas aos olhos.
O teu coração pequenino.
A bater acelerado dentro de mim.
Absolutamente inesquecível.
Porque ainda não te sinto.
Mas já te oiço.
E é de facto um amor maior.
Uma ligação maior do que se consegue definir. Alcançar.
Porque já és tu dentro de mim.
Mas seremos para sempre nós os dois.

banda sonora para uma segunda-feira de muito trabalho

a gravidez e os outros

Estava no outro dia em pura 'perda de tempo' com uma das minhas distracções favoritas - ler blogs - quando dei de caras com uma frase que muito me fez pensar. 'Não é a gravidez que tem de se adaptar à tua vida, é a tua vida que tem de se adaptar à gravidez'.
E começa-me a mim a fazer sentido. Sobretudo em relação aos outros.
É verdade que a vida muda. E muda mesmo. E acredito que para os outros isso não faça o mínimo sentido. Porque não o sentem. Porque acham que é só uma barriga a crescer.
Pois não é. É muito mais do que isso. São sobretudo as prioridades que se alteram. Que me alteram, acredito. Não tenho a mesma paciência que tinha. Nem as mesmas vontades. Nem o mesmo ritmo. Nem qualquer problema em admiti-lo, tão pouco.
Os outros aceitam. Ou não aceitam. Isso já não é problema meu.
Se antes não era, muito menos agora o será.

não imaginas tu

As saudades que tenho.
A falta que me fazes.
Como se metade de mim estivesse aqui. E a outra metade aí.

ah se eu pudesse

Era já. Agora. Nem mais um minuto. Os meus olhos brilham só de ver.
E era mesmo aqui... sem dúvida o meu preferido.
Mas pronto... feitas as contas... posso voltar a comer sushi em Fevereiro de 2014. Ninguém merece!

sempre à mesma hora

A pior parte do dia é chegar a casa sem ti. Abrir a porta para o silêncio.
Saber que estás numa cama de hospital. Onde te deixei. Onde todos os dias te busco e te deixo.
Abro a porta para a tua casa. Para as tuas coisas. Mas tu não estás.
Fico ainda mais em silêncio, mesmo sem ter ninguém para falar.
Fazes-me falta por esta partida cruel da vida.
Porque todos os dias luto para continuar a acreditar. Sozinha numa luta quiçá inglória contigo.
Porque os dias passam e nada se atenua. Pelo contrário. Piora a cada minuto.
Mexo nas tuas coisas. Uso os teus sapatos. Visto os teus vestidos. Para te fazer sentir viva. Para continuar com a ilusão que não te perdi para esse mundo onde tu te refugiaste.
Preciso de continuar a acreditar. Por ti. Por nós as duas.

para manter

Amigo: Nunca te tinha visto de ténis...
Eu: Também nunca me tinhas visto com esta barriga.
Amigo: Mas mesmo os ténis tinham que ter salto.
Eu: Sabes que há coisas que nunca mudam, por mais que o tudo o resto mude.

'assim você mata o papai"

As 'porcarias' que eu oiço e canto quando tomo banho são absolutamente inacreditáveis... O que vale é que ninguém me ouve...

quem diria...

Esse maravilhoso mundo dos centros de saúde, do qual sempre fugi o mais que consegui... revelou-se hoje uma admirável surpresa, pela simpatia e profissionalismo de médicos e enfermeiros. Quem diria, diria eu há uns tempos...

Passe o facto de se terem enganado três vezes no balcão correcto de atendimento e de ter esperado que uma das recepcionistas acabasse de contar a uma amiga como tinha passado o Carnaval para se dignar a perguntar o que eu queria... correu tudo muito bem. Há que ser dito.

absolutamente viciada!

saturday morning

para não misturar...

our little prince... or princess

... e não obcecar. E porque merece ser um blog independente.
E porque é só meu e do pai.

cinco meses depois...

A vida muda. Pois muda.
Muda para diferente.
Para um diferente nem sempre planeado.
Mas nunca deixa de o ser: a nossa vida.
Em cinco meses muito mudou.
Sem resumos nem balanços. Apenas mudou.
E daqui em diante tudo será diferente.
Para (muito) melhor.