domingo, 2 de agosto de 2009
Pecados...
O problema de encontrarmos a pessoa que sempre procurámos na vida é que deixamos de ter desculpa para não fazermos o que sempre quisémos. E isso é um risco de tal forma arriscado, que não quero nem pensar. Ou quero pensar. Não sei. Ou penso depois. Sexta-feira à noite estavamos a descer as escadas. Estava cansada sem estar. Estava noutro mundo. Quando ele me disse. Disse-me "Miúda, perdes-te comigo, perdes-te para sempre". E eu sorri. Era um aviso? Foi isso que tu fizeste? Estava a avisar-me enquanto me davas a mão para descermos as escadas? Gostei de te ouvir. Nem imaginas quanto. Porque é contigo que eu me quero perder. Vi isso escrito nos teus olhos assim que nos apresentaram. Não eras mais uma pessoa. Eras uma pessoa com significado. Eu só não sabia muito bem qual, mas agora já sei. É contigo que eu me vou perder. Porque tu és perigoso. Mas estás lá por mim. Desvias-me do meu caminho ao mesmo tempo que me dás a mão e me relembras que estás ali. Que só me perco até tu deixares. Que me telefonas. Que te preocupas. Que queres saber como é que eu estou. Atiras-me para o abismo mas proteges-me. Gosto desta nossa relação estranha e improvável. Gosto porque vem isenta de obrigações. Eu não quero saber o que pensas que mim. O que eu penso de ti não sei se te interessa. Tu vais ser o princípio do meu fim. De um fim tão desejado. Mas ainda bem que é contigo. Não poderia ser com mais ninguém.
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fatias