Tu que me ouves. Que me sentes. Que me vês. Não sei se me entendes. Se me toleras. Se me apoias. Quero acreditar que sim. Porque sabes que sempre precisei da tua benção para dormir descansada. Mesmo quando as nossas opiniões divergiam, pai. E foi toda a tua dor. Todo o meu sofrimento em não ta poder aliviar. Que me mudaram radicalmente e para sempre. Os anos que a vida me deu para desperdiçar esgotaram-se. Esgotaram-se nas tuas lágrimas. "Não faças o que eu fiz e não deixes nada por fazer." Ainda hoje dou comigo a fechar os olhos para tentar apagar da minha mente os teus olhos, quando me dizias tudo o que me dizias. A solidão e o medo que via neles e que ainda mais medo de metiam a mim. Seja o que tiver que ser, o que a vida nunca deixará é de ser. E não deixará. Porque se nem a tua morte me matou nada nada mais me matará. A tua ausência dá-me sempre a coragem de partir do zero. A tua presença constante não me deixa desistir.
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