domingo, 3 de outubro de 2010

acho que ainda te amo


Saí a correr do avião para ir ter contigo. Aterrei em Lisboa a achar que nada mais faria sentido sem ti. Nas próximas horas. Pediste-me. Eu fui. Basta ver-te e tudo o resto muda. O mundo desaparece. O teu abraço atenuou a angústia dos últimos dias. A angústia da tua ausência. Tiveram de nos separar senão não exista mais ninguém à nossa volta. Cedemos. Cada um por si. Sempre com o pensamento no outro. Gostei da pergunta de um dos teus melhores amigos. Assim, inesperada. "Tens saudades dele, não tens?" Sim tenho. Muitas. Tantas. O Lux estava cheio. Mas vazio quando tu não estavas ao meu lado. Saí mais cedo do que queria com um aperto no coração. Não te queria deixar. Não tão depressa. E tu também não querias. Também me querias. Fechaste-me num abraço apertado. Nenhum dos dois queria ir, mas nenhum dos dois queria ceder.
Cheguei a casa vazia. Ainda mais sozinha. Sufocada em lágrimas. Até tu teres aparecido. Já estava deitada e tu vieste ter comigo. Não dava mais para estarmos separados. O resto do mundo desapareceu em segundos. Finalmente sozinhos. Só nós os dois. Gostei dos teus ciúmes. Gostei do que ainda te lembravas do meu corpo. Como é possível ter-se passado um ano e meio e parecer que foi ontem? Que foi ontem a última vez que estivemos tão juntos? Tão próximos daquela forma que só nós os dois sabemos estar? Não sei. Mas parece. Usurpaste a minha cama e deitaste-te nela como se fosse tua. No meu lugar, com a minha almofada. Como se tudo fosse teu. Eu limitei-me a enroscar-me em ti. E passei a noite acordada, a ver-te dormir. A memorizar cada respiração tua. Na melhor noite da minha vida desde que me lembro. E as tuas palavras ao meu ouvido enquanto fazíamos amor. "Vamos poder estar assim todas as noites quando fores ter comigo em Novembro." Oiço-as ainda na minha cabeça. Vezes e vezes sem conta. Vamos sim. Claro que vamos.

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