domingo, 3 de outubro de 2010

e depois é tudo tão mais difícil


E depois de tudo isto o sufoco. O meu coração com um vazio gelado. Tu sem olhares para mim. Outra vez com a capa da distância. Aquela que vestes quando sabes que te vais embora. 'Tenho de me ir embora...' Eu sei. Mas não foste logo. Sentaste-te no meu sofá. A ver revistas. 'De certeza que não queres que te dê boleia...' Não, ainda preciso de desfazer as malas. Obrigada. 'Tu é que perdes'. Não sejas tonto. 'Porta-te bem'. Porto-me sempre bem. Tu também. 'Porta-te mesmo bem.' E levantaste-te. E eu a lutar contra a barreira que me separa do mundo. Não me dás mais um beijinho?, pedi-te 'Claro que dou'. E deste dois. Deitei-te a língua de fora. 'Foi assim não mau para fazeres isso?' Cala-te parvo. Não vês que estou aqui sem saber o que fazer? Que estou nervosa? Que tu te escondes atrás dessa capa, mas eu não?

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