hoje pela primeira vez não virei a página.
estava com a revista Única na mão. entrevista a Manuel Sobrinho Simões, um médico/investigador reputadíssimo.
a letras bem gordas "o cancro é do mais natural que há"
e não virei a página. li. pensei duas vezes e achei que tinha de dar esse passo.
não foi assim muito fácil.
andei de trás para a frente.
vá, chega lá depressa à parte em que falas de cancro para ver se eu consigo.
não dói tanto como isso.
o peito ainda se enche de uma angústia estúpida.
mas li.
o cancro já pode ser só uma doença sem ser necessariamente uma recordação de dor.
ainda estive ali a tremer, mas já passou.
o meu pai morreu com um cancro.
mas nunca morreu para mim.
e a doença pode ser como outra qualquer quando a leio nas palavras dos outros.
ponto final.
Sem comentários:
Enviar um comentário
fatias