quinta-feira, 29 de abril de 2010

Não sou nada boa em relações à distância

Sim tens razão. E tu sabes que concordo contigo. Também a mim é pela cabeça que uma pessoa me conquista. Não há nada mais fascinante. Descobrir alguém por dentro. Ver o que está reservado a muito poucos. Subir o nível. Ser exigente. Gosto de pessoas inteligentes e perversas. Pessoas escondidas que não são aquilo que mostram. Que me consigam pôr a pensar. Que me façam questionar até o que mais tenho por inquestionável. Que me ensinem. Que me desafiem. Que me levem ao limite.

Mas também preciso que estejam ao pé de mim. Que me mimem. Que me abracem e me dêem flores. Que me acordem de manhã. Que não se intrometam no meu espaço e nos meus vazios, mas que estejam ao alcance de um simples esticar de braço. Que me oiçam ao telefone. Que me façam sentir a menina pequenina que às vezes sou. Porque sou assim. Preciso da cabeça, mas também da presença. Para me sentir um bocadinho menos sozinha.

… E três horas de avião e um ano de espera é demasiada distância para eu conseguir assimilar.

Percebes meu querido? Era mais ou menos isto que eu te queria explicar há bocado enquanto almoçávamos.

É pela cabeça que me conquistam. Que conseguem chegar verdadeiramente cá. Mas tenho em mim essa necessidade da presença. Posso estar sozinha, se estiver sozinha. Porque estou bem comigo. Mas não consigo estar sozinha, estando acompanhada.

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