quinta-feira, 30 de outubro de 2014

apetites - parte 2

... Ou talvez não. Talvez tenha sido apenas momentâneo. Nada que uma pausa não resolva. Que um respirar ar puro não mude ideias. Até porque seria um desperdício. De tempo. De energia. De vida. De que serve querer que as horas passem depressa quando não estamos a correr a maratona? Não serve de nada. Só serve para tornar o passado lúgrube quando um dia olhamos para trás. E para nos deixar inquietos por termos deixado ir mais uma oportunidade.

( crédito foto Still Stars)

apetites

Há dias em que a paciência não é infinita e apetece que as hora passem depressa. Hoje é um deles.


terça-feira, 28 de outubro de 2014

ansiedades na bagagem

Vai ser uma viagem daquelas. Da-que-las. Lixada (para não dizer fodida). Uma viagem carregada de saudades, de esperanças. Carregada de muito amor. Daquele que quando entra em nós não sai mais. Do amor que se tem sempre por um filho. É a viagem da vida dele, para a rever. Dura, na antecipação de que algo possa não correr bem. Ansiosa na certeza que são muitos meses sem tocar aquela pessoa que mais sentido lhe faz. A viagem em que dois irmãos se vão conhecer. Cara a cara. Na mais simples das realidades. Embarcamos daqui a 17 dias. Rumo à América. De passaporte na mão e passado na bagagem. Só falta escolher o presente para comemorar esse dia tão especial.

(crédito foto Isabel Saldanha)


mais do mesmo

Chega uma altura na vida em que basta. Chega de jogar os mesmos jogos, com as mesmas pessoas. É cansativo, não traz nada de novo. É um mais do mesmo sempre com o mesmo final. Em que a minha falta de entusiasmo ganha à adrenalina de pensar que, desta vez, algo pode ser diferente. Não pode e não vai. Nós somos exactamente os mesmos apesar do contexto ser diferente. E, se nem assim mudámos, é sinal que não o faremos nunca. Por isso mais vale dizer basta antes que o desgaste corroa o pouco de bom que ainda há em nós.


totally addicted

Que eu já era viciada nesta senhora, não é novidade. Que não descanso enquanto não acabo de ler um dos seus livros até ao fim, não podia ser mais real. Que me traz de novo o prazer de ler às escondidas,  quando devia estar a fazer outras coisas, melhor ainda. Deste último só tenho a dizer bem.



eles e nós

Ah pois admiro. Admiro imenso aquelas pessoas capazes de se libertarem das correntes invisíveis da saudade com que eles nos prendem. Eu, pessoalmente, não sou capaz. Ainda não sou capaz. Não que fique com sentimentos de culpa, nada disso. Sinto é uma falta absurda daquela pessoa pequenina que me invadiu o espaço e a vida. Sei que ele fica bem. Não sou a neurótica do telefone. Mas quando fecho a porta, ligo o carro e vou à minha vida percebo que já não consigo viver sem ele. Mais ainda agora que precisa de mim. Precisará sempre, mas lá chegaremos à altura em que quer ser o mais independente que a liberdade lhe proporcionar.

Preciso do meu espaço. Do meu respirar. Mas a ambivalência de sentimentos nessas alturas é danada, para não dizer pior. Pareço uma tonta a sorrir para ninguém, a ver, vezes sem conta, o sorriso dele no meu pensamento. O brilho dos olhos. O calor da pele. Vejo, revejo, torno a ver até me fartar, enquanto me tento mentalizar que ser mãe é continuar a ser (sempre) mulher e que tem de haver espaço para não haver filhos, mesmo que já os haja.

Tem de haver espaço para outras descobertas. Outras felicidades. Ou simplesmente outras coisas. Espaço para as saudades que estão sempre lá, mas que sabem tão bem ser sentidas de vez em quando. Espaço para continuar a crescer de outra forma. Senão, nada é saudável. Senão tudo não passa de uma enorme caixa de Pandora, com medos, receios e frustrações recalcados. Com prioridades confundidas. Com uma mescla de tudo e de nada pouco saudável.

Mas continuo a ter muitas saudades do meu cigano manhoso. Charmoso que só ele, com pouco mais de um ano. Teimoso ao limite. Mas dono do sorriso mais lindo e aberto do mundo. Sempre de bem com a vida.



segunda-feira, 27 de outubro de 2014

sobre sábado à noite

Em cima de um palco, admiro-te. Muito. És outro. Alguém que eu não conheço. Alguém por quem me poderia apaixonar de novo. És outro e não o de todos os dias. Leva como um elogio, nunca como uma crítica. Jamais.



sexta-feira, 24 de outubro de 2014

que maravilha de começo

Primeiro telefonema 'oficial' no novo cargo...

Eu: Boa tarde, poderia falar com o senhor x?
Interlocutora: Por acaso não pode porque morreu a semana passada.

Tão bom, adoro bases de dados actualizadas!



sobre o tempo e os livros

E, ainda há pouco, quando peguei no livro que comecei a ler e no qual fazia tensões de mergulhar toda a minha hora de almoço, me perguntaram: mas ainda tens tempo para ler? Ah, posso não ter tempo para mais nada, mas para ler tenho sempre. Nem que seja nos intervalos do tempo. Daquele que escasseia quanto tudo o resto ganha primazia. Para as palavras terei sempre tempo. Porque me alimentam a imaginação até mais do que o ar que respiro.



quinta-feira, 23 de outubro de 2014

o outro lado

É curioso estar do outro lado. Deste lado. Dar (boas) histórias para que os outros as escrevam. Ao invés de ser eu a escrever. Mas faz-me bem. Faz-me respirar. Porque a minha relação com as histórias continua a ser de um amor verdeiramente impossível, desde que elas andem ao meu ritmo e não me submetam aos seus caprichos. Com os livros é diferentes, claro. Esses continuam a ser mesmo só meus.




quarta-feira, 22 de outubro de 2014

eu e o meu amor, todos os dias

As saudades são imensas. A ânsia de o ter mesmo juntinho a mim. Conto minutos, segundos. Num amor que cada dia descubro mais intenso. Com o qual já não sei viver. Estas duas horas por dia que 'perdi' dele consomem-me de uma forma que nunca imaginei. E sei que o meu bebé sente o mesmo. Pela forma como os olhos brilham quando me vê. Como me estica os braços. Como quase que pula para o meu colo, de onde não quer sair, sob pena de muita birra. Amar é isto. Amar profundamente é apenas uma parte disto. É respirar um novo ar assim que o tenho junto a mim. Só para mim.



novos começos, novos ciclos

Acredito, como sempre acreditei, que boas energias captam motivação, força de vontade e positivismo na vida. Acredito que, quando queremos muito, de corpo e alma, o universo conspira para que o consigamos. Para que os nossos sonhos se realizem e os nossos objectivos se concretizem. Não é fácil. Nem sempre é fácil. Parte de uma energia interna que emanamos aos outros, que terá o seu retorno, mais cedo ou mais tarde.

E foi precisamente o que aconteceu comigo. Depois de uma fase menos boa, que aceitei, de uma fase em que me sentia perdida, e atormentada pelo medo do amanhã desconhecido, foi crescendo em mim uma certeza que tudo iria acabar num final feliz, tal como nas histórias em que ainda acredito. Que iria ter a minha oportunidade, que a iria agarrar, que tudo iria mudar. Outubro seria o início de um novo ciclo.

Assim foi. Surgiu mais cedo do que estava à espera. Com uma janela que não imaginava que se pudesse abrir, mas a verdade é que se abriu, de par a par, para uma nova vida. Para novas etapas e desafios.

E, de repente, o mundo parece mais leve. Mais cheio de sol. Mais acolhedor. Porque dependo de mim e da minha motivação para vencer. Para agarrar esta oportunidade e crescer.



terça-feira, 14 de outubro de 2014

sweet october

In an excellent mood! Mesmo. Páginas que mudam. Energias que se renovam. Os dias parecem os mesmos, mas são totalmente diferentes. Renovados de ar fresco, de novas oportunidades e muita motivação. Das coisas (muito) boas que estão para vir. Sem receios e tremores. Mas com uma ansiedade muito saudável.



sexta-feira, 3 de outubro de 2014

confissão

Feliz por estes dias maravilhosos de sol... mas (mais que) farta deste calor tropical, que não deixa dormir nem respirar. Que venha o Outono, rapidamente e em força. Que já tenho saudades de chás quentes, camisolas de lã e roupa mais quente.




quarta-feira, 1 de outubro de 2014

à descoberta dos limites

Tenho dias em que não sei que lhe diga, nem sei o que quero que me diga. Que a luz dos olhos, que tanto lhe ilumina o sorriso, se transforma em teimosia, numa luta até ao limite. Que me desgasta. Ser mãe é isso mesmo. Quando eles descobrem o mundo testam as fronteiras, os limites. Temos de nos saber impor. E por vezes desgasta. Quando o sono e a birra falam mais alto. Quando a luz dos olhos se transfigura em choro e mau génio. Ontem foi um desses dias. Um desses finais de tarde, em que mais parecia termos entrado em loop e tudo se repetia, pela negativa, uma e outra e ainda outra vez. Foi para a cama sem jantar num transe de choradeira e nem eu jantei, incomodada que estava. Mas o que se passa afinal? Já nem ele certamente sabia.

O que vale é que hoje nasceu outro dia. E novamente aquela luz no olhar, aquele sorriso aberto, pelo qual me apaixono sem limites mais do que as palavras conseguem descrever. Porque ao mesmo tempo que testam os limites também abandonam o que os incomoda e voltam a ser os mais doces do mundo. Hoje novamente aquele bom dia especial. Aquele olhar apaixonado pela vida quando me vê abrir a janela do quarto para deixar a luz entrar. Para mais um dia de brincadeira. Assim seja, pela lei da compensação.