sexta-feira, 29 de outubro de 2010

sevilha, finalmente

em estado de choque


Com as notícias que recebi ontem. Daquelas que achamos que só acontecem aos outros e, afinal, acontecem a pessoas bem próximas de nós. E depois pomos a mão no coração e vemos que a nós mesmos alguma estrelinha lá em cima ajudou. Que o nosso respirar fundo não deixa de ser angustiado mas é aliviado. Que sentimos a perda um pouco como nossa, sem no entanto já o ser. Um beijo enorme para aquela equipa fantástica com quem estive anos a fio. Que me ensinou tudo o que eu sei. Que se mostraram inigualáveis em compreensão e apoio e carinho quando a doença do meu pai me matou a mim do mundo normal. Um beijo para elas todas. Porque merecem. Porque são fenomenais. Chorei baba e ranho no dia em que me vim embora. Por minha livre vontade. Para abraçar outro projecto de maior dimensão, mas sem nunca esquecer que continuaram no meu coração. E continuam. Porque há momentos que não se apagam dos sentimentos das pessoas.
Mesmo que a Cosmopolitan tenha fechado.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

receio partilhado




Eu também tenho medo. Como tu. Mas respiro fundo e não penso nisso. Achei que era só eu. Hoje percebi que não. Pelas tuas dúvidas. Pelas tuas palavras. Tens tanto como eu. E isso fez-me sorrir.

sempre. todos os dias

em contagem decrescente


Vinte e dois. Vinte e dois dias para te ver. Para te tocar. Para te abraçar. Para estares ali mesmo. À medida que o tempo de espera diminui tudo em mim se multiplica. As saudades. A vontade. A ansiedade. Eu, que odeio andar de avião (e tu bem sabes), nunca quis tanto que o meu voo partisse. Para me levar para aí. Porque quando aterrar. E olhar para ti. Deixa de haver mundo. Aí só tu existes.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

lições do navegador solitário



Ontem li na Única uma entrevista a Ricardo Diniz, o velejador solitário que já cruzou o Atlântico quatro vezes, escrita maravilhosamente por uma colega minha que um dia vai ser uma grande jornalista: a JMP.

"... Ricardo passa semanas, meses, sem ouvir a voz de outrem. Por isso, fala muito, canta, assobia. Mas é a rezar que passa grande parte do seu tempo. O mar já foi a sua religião, hoje estuda a Bíblia. "Velejar mostrou-me que há muitas coisas que não podem ser apenas coincidência", diz..."

Dá que pensar: há coisas que não podem ser apenas coincidência da vida. Foi uma frase que me fez sorrir. Por dentro. Não podia concordar mais. Mas é daquelas coisas que não se explicam nem se convencem. Ou se sentem ou não.

a lição do tempo



Tem sido uma das grandes lições de vida nos últimos meses. O tempo. O tempo que não apaga o que as pessoas sentem quando os sentimentos são verdadeiros. Porque podemos estar uma vida inteira afastados, mas se no primeiro olhar e na primeira palavra parecer que foi ontem, é porque foi mesmo ontem. No nosso coração.

Nos últimos tempos recuperei três pessoas - muito importantes - que achava perdidas. De quem gostei o mundo. E que tinha arrumado na gaveta dos assuntos dolorosos, que nem vale a pena tocar, e fingir de conta que nem existiam. A gaveta abriu-se. Primeiro o R. Depois o M.

E, há dois dias, a vida deu-me de volta a AS.Que já foi tão próxima por ser tão diferente de mim. Com quem tantas coisas vivi durante a faculdade. Com quem tanto me enervei por não se ter enervado comigo quando devia.

A vida dá voltas. Muitas. Tantas. Várias. Mas quando uma mensagem de saudades me enche o coração ou um pedido de ajuda vindo do nada, do poço de cinco anos de ausência, me faz correr para ajudar a sarar feridas, é sinal que o que une as pessoas vai para além da distância dos ponteiros do relógio.

Eu não sabia disso. Não tinha noção de nada. Hoje tenho. Que posso correr para um abraço apaixonado ou limpar as lágrimas de uma amiga com a mesma intensidade e a mesma vontade.

Sinto-me na vida como à beira-mar. Em que cada onda me traz de volta o que eu achava perdido. Independentemente do tempo que andou à deriva. E eu cá estou. De braços abertos para os receber.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

constatação do dia


Definitivamente há pessoas muito próximas que evoluem em direcções diferentes. Antes, chateava-me. Hoje? Cansei. Cansei de me chatear com isso. Quero lá saber. Façam o que quiserem das vossas vidinhas que eu sei muito bem o que fazer com a minha. Os amigos são assim mesmo: não se impedem uns aos outros de divergirem, depois têm é que aceitar que os outros deixaram de lá estar. A todos os dias. E todas as horas. Porque deixou de fazer sentido.

Felizmente muitas outras há que evoluem na mesma direcção que eu. E mesmo que assim não fosse, não mudaria quem sou por causa dos outros. Chamem-me lá egoísta e mimada e o que mais vou aprouver. Sabem? I couldn't care less. Com tanta coisa absolutamente linda e maravilhosa para viver, vou eu chatear-me e andar irritada com quem não merece? Esperem sentadinhos, que em pé são capazes de se cansar. Garanto.

(Ps: A diferença entre chatear-me e ficar cansada é que o cansaço me deixa cada vez mais indiferente)

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

absolutamente rendida



(Não vou dizer quem é que este perfume me faz lembrar nem como o descobri porque isso agora também não interessa nada. O que interessa é que é absolutamente MA-RA-VI-LHO-SO!)

sobre a confiança



Concordo plenamente. Uma vez perdida a confiança, nada volta a ser o mesmo. Por muito que se tente. É como vidro que se parte: a cola dos remendos fica sempre à vista. Mesmo que seja muito forte. Já aprendi a não tirar da minha vida as pessoas em quem deixei de confiar. Apenas deixam de ter a mesma importância.

vantagem de morar num típico bairro lisboeta


Conseguir saber o resultado dos jogos do Benfica sem ter SporTv e perceber se jogam bem ou mal pela quantidade de asneiras/impropérios e afins gritados pelos vizinhos, quase todas começadas pela singela letra 'C', à beira de um ataque cardíaco e prestes a encetarem um linchamento público. Muito bom.

impulsividade feminina


"A vida que eu tinha antes de ti, eu sabia vivê-la. E podia vivê-la para sempre!"

Isto dito uma semana depois de se terem apaixonado... Faz-me lembrar a impulsividade de quem não deixa a vida correr. E perde o que quer porque se apressa. Seremos nós mulheres sempre assim? É por isso que volta e meia perdemos homens importantes na vida. Porque não sabemos esperar por eles. Já me aconteceu. Mas já prometi a mim mesma que vou tentar não perder mais nenhum assim. Pelo menos não por estes motivos.

domingo à noite


Um dos meus filmes de sempre... pelo Jack Nicholson, pela casa nos Hamptons, pelos passeios à beira mar, pelos diálogos brilhantes, pelo bom gosto e pelo clássico, because i'm totally a Diane Keaton kind of girl e porque é uma história de amor deliciosa.

domingo, 24 de outubro de 2010

num dos recantos de mim

...


Quando não dramatizamos nem nos levamos demasiado a sério os dias ficam, de facto, muito mais fáceis. A vida menos pesada. E o espírito finalmente aberto para muitos outros detalhes que antes nos passavam ao lado.

tudo o que eu preciso


Escrever para o resto da vida.
Encontrar um homem que me escreva cartas.
Viver um amor como o de Heathcliff e Catherine Earnshaw.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

programa das festas


Amanhã para o lanche vamos ter bolo da avó Sara. O fim-de-semana promete chuva, por isso chás, bolos e boas conversas para ir deitando o tempo fora.

sabes pai...


Lembro-me do som das tuas gargalhadas
Do tom da tua voz.
Do cheiro das tuas mãos.
Mas todos os dias faço por esquecer o sofrimento dos teus olhos.
Que tantas vezes quis atenuar.

a tua morte a minha vida


A única certeza que tenho na vida é que prefiro viver com os pesadelos de tudo o que vi. De tudo o que te vi sofrer. De como tudo se acabou aos bocadinhos. E de como não houve um dia em que eu não estivesse ao teu lado. A segurar-te na mão e a fazer-te rir. Nas conversas só nossas.

Prefiro a dor dessas recordações à acidez dos remorsos que muitos outros têm. De remorsos do que deixaram por fazer. Ou de como podiam ter feito mais. E de como não assumem esses remorsos e santificam em morte as relações que nunca tiveram em vida. Disso, eu não sofro.

Porque tu bem sabes que, no dia em que tudo acabou, aquela pessoa que sempre esteve em tudo ao teu lado, em todos os tratamentos, em dias e noites infinitos, em horas perdidas em corredores de hospital, fui eu. Eu. É por isso que, dentro do muito que muito me custa, há outro muito que não me custa nada. Porque não tenho remorsos. Não deixei nada por fazer. Nem por te dizer.

Adormeceste dias a fio de mão dada comigo. E tu sabes, mesmo aí do outro lado sabes, que foi a nossa coragem juntos que nos fez atravessar tudo o que passámos. Mais ninguém tem uma relação como a nossa. Nem nenhum pai, nem nenhuma filha.

O que te dei foi a coragem de estar contigo nos momentos mais assustadores da tua vida. O que tu me deste foi a paz de espírito de continuar a viver mesmo depois da tua morte. De ser feliz mesmo depois da tua morte. Se assim não fosse, andava perdida e retorcida. Assim estou de bem com a vida. Obrigada pai.

deixo de respirar quando leio as respostas de António Lobo Antunes

Em entrevista à Única.

Numa situação dessas o que é ter dignidade?
Na sala de espera da radioterapia, havia revistas nas mesas que ninguém lia, televisões para as quais ninguém olhava, raparigas de 18 anos com cabeleiras postiças. E eu sentia-me rodeado de príncipes. Eles eram, eu não. Um senhor de idade vinha de uma terra qualquer do Alentejo e a ambulância trazia-o para Santa Maria. Vestia fato completo. Um fato cheio de manchas, com o colarinho abotoado, mas sem gravata. Já tinha a magreza dos estados terminais, uma cor horrível, e, quando o chamavam, avançava como se fosse um rei. Essa majestado, eu não tinha.


para o M.

sobre ti


O meu coração dói com saudades tuas. Dói. Tanto. E se eu já não viver sem ti? É mentira quando digo te ignoro. Vamos ver se volto no avião que me vai levar para aí. Vamos ver.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

finalmente


Umas horas de descanso. Que vão começar já esta noite a ser comemoradas com um mega jantar com o R. Amanhã à tarde começa a esquizofrenia outra vez. Vou jantar à tasca das tascas e depois beber uns copos. Esquecer que há um mundo jornalístico aí fora - e fazer figas para não haver cambalhotas no orçamento de Estado até eu ter acabado o meu tempo livre. Fui. Fui. Fui. Ciao!

conversa sobre homens


Eu: Ele disse-te o quê afinal?
Ela: Que se calhar vinha jantar comigo no sábado.
Eu: Se calhar?...
Ela: Pois, se calhar.
Eu: Não há nada mais delicioso que um homem a fazer-se de difícil.
Ela: Delicioso... e stressante!
Eu: E a culpa é nossa.
Ela: Pois é. Também reclamámos que queríamos que eles amadurecessem, que quando têm uma atitude madura é de facto um camadão de nervos que se apanha.
Eu: Não podia concordar mais contigo.

o teu lugar na minha cama


É muito muito estranho ter outro homem a dormir ao meu lado que não sejas tu M. Mesmo sendo só um amigo. Numa situação pontual, que não se repetirá. Que me pediu guarita e eu acedi. A minha cama é o meu lugar. Não é o teu. Mas foi teu. Naquela noite. E tu apoderaste-te dele. E agora não te consigo tirar de lá. E ouvir outro respirar ali, deixa-me nervosa. Por mais respeitador que seja. Por mais inocente e amigável. Não gosto. Porque te trago à memória vezes e vezes sem conta. Mesmo que não tenhas pedido, há lugares teus que não quero que sejam ocupados por outros. Passei a noite em claro. E no pouco que dormi sonhei contigo. Logo eu, que que raramente sonho contigo.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

é assumido


Não resisto a homens inteligentes, cultos, bronzeados e com barba por fazer. Só assim por acaso se sentam dois a menos de dez metros de mim TODOS-OS-DIAS. São um excelente remédio para os dias de neura e má disposição. Ah pois são.

saudades de uma amiga


Eu também tenho saudades tuas S. Tu sabes disso. Continuo a achar que foi preferível assim do que uma rota de choques e colisões. Que não valem a pena porque só magoam mais. Não foram amuos nem orgulhos. De parte a parte. Foi muito mais do que isso. Falamos quando voltares. Bonvoyage miúda.

sobre os ciúmes


E sim continuo ciumenta como a merda em tudo o que tenha a ver contigo. Quando és meu, és meu. E não há nada a fazer. Satisfeito meu amor? Não tem tanto a ver com a perda, mas mais com a territorialidade. Sobrevive-se bem sem ti, embora, de longe, goste mais de te ter na minha vida. Mas quando te tenho não te gosto de partilhar. E não vou partilhar. Não estou a falar das gajas que passam pela tua cama. With them i couldn't care less. Estou a falar das outras. E sei que é recíproco. Que tu também tens ciúmes. Só que eu agora aprendi a esconder. A engoli-los. E tu não foste capaz. "Esta noite tive ciúmes". Eu sei. Nem precisámos de falar mais sobre isso. Mas não tens de ter. Sabes que, apesar de tudo, no final eu acabo por ser boa menina e só olhar para ti.

tudo o que te dou


Sim, também sou esquizofrénica como tu. Também oscilo entre a bipolaridade de te adorar e de te ignorar como se não existisses. Que queres tu que eu faça? E não vivemos bem assim? Vivemos. Tu vieste e preencheste um vazio que existia. Mas a minha vida não parou em ti. Porque nada pára em ti. Não quer dizer que goste menos de ti hoje do que quando te tenho na minha cama. Só que é diferente. Não quer dizer que esteja disposta a menos por ti hoje do que estava ontem. Só que eu sou feita de pessoas. Não te posso prometer um mundo que não te vou dar. Posso querer dar-te a parte mais importante da minha vida, mas não te darei a totalidade de tudo o que vivo. Isso não dou a ninguém. Eu sou assim. Doa a quem doer. E a ti tudo farei para que não doa. Acredita. Não me peças para me consumir de saudades tuas. Claro que as tenho. Claro que as sinto. Claro que é em ti que penso todas as noites antes de adormecer. Todos as manhãs assim que acordo. Mas não perco os dias perdida na tua ausência. Perco os dias na vida. Todos os dias. Posso dar-te tudo o em que mim puder ser dado, menos a minha vida. Essa não a dou a ninguém.

please do not disturb


Hoje estou no meu mundo, por isso por favor não incomodem. Não há espaço para mais ninguém. Hoje não há. Amanhã falamos.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

então a modos que é assim



Eu não faço milagres e Nossa Senhora de Fátima não escreve textos. Cada qual com a tarefa que lhe compete. Estamos conversados.

domingo, 17 de outubro de 2010

domingo de manhã

noites que derretem


Nada como uma noite de waffles cheias de Nutela e boas gargalhadas com aquelas pessoas a quem não é preciso dizer que, embora os olhos sorriam por fora, nem tudo está bem por dentro. Porque nem todos os dias são maravilhosos. E há silêncios e risos que afastam núvens e conseguem mesmo que tudo fique bem. Porque me ouvem. Me escutam. Por mais parvoíces que eu diga. Me explicam vezes sem conta o significado dos meus receios, dos meus medos e dos meus anseios. Enquanto me obrigam a comer ainda mais Nutela.

sábado, 16 de outubro de 2010

gosto de imaginar


O que é que fazes tão longe de mim? Nessa terra tão distante? Tão sozinho de tudo? A um sábado ao final da tarde? Fecho o olhos e imagino. Dava tudo para saber. E não sei. Mas prefiro imaginar que estejas bem. Porque eu estou. Se calhar como nunca estive. Estou finalmente a descobrir as essências boas da vida. Daquilo que quero ser e ter. Sempre a morrer de saudades dos teus abraços. Mas a correr para os braços de quem me faz bem.

embalar a Laura


O cheiro. O toque. O macio. A doçura. A beleza. Nada mais importa no mundo quando se pode embalar um bebé. Com cinco dias de vida. Posso pegar na Laura? Podes. Posso embalá-la? Podes. Posso enterrar o nariz neste cheiro único, nesta inocência maravilhosa? Podes. Posso dar beijos nestes pés em miniatura e nestas mãos deliciosas? Podes. Posso vê-la a sorrir enquanto dorme o resto da tarde? Podes. É uma paz que limpa a alma.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

cada um tem o que pede e merece


Repete 350 vezes, de sorriso amarelo, para toda a gente ouvir: QUAIS-ERAM-OS-MOTIVOS-POR-QUE-NÃO-QUERIAS-TRABALHAR-NUM-JORNAL?! Passei com distinção fase de deixar de ter vida própria, que me deu acesso directo à fase dois "só dormir quatro horas por noite e só ter o pequeno-almoço no estômago às 19h" sem necessidade de pré-qualificação. Lucky girl!

...


Adoro acordar com uma mensagem tua. Como hoje. Com as tuas palavras. Ninguém é tão viciado nas letras como eu. Nem as usa e abusa até ao limite. Por isso gosto tanto de receber as palavras dos outros. Se forem tuas, melhor ainda. A forma carinhosa como me tratas deixa-me completamente derretida. Porque gosto que uses sempre as mesmas expressões. Que me chames sempre os mesmos nomes. Para além daquele que é universalmente meu. Não me canso nunca.

princesas pirosas


No meio desta vertigem, deste mundo que não pára, desta rotação da terra que se interrompe sem mim (por muito que eu não queira), em que os ponteiros do relógio apressam a cadência dos segundos para me roubarem tempo a tudo o que ainda tenho de escrever e a que não consigo dar vazão... não vejo a hora de estar finalmente com as princesas pirosas. Já falta pouco para encher dona Laura e dona Constança de beijos e mimos e gargalhadas e prendas. 

tornar os dias perfeitos


O que importa se chove ou se está frio? O que importa se nem tudo é perfeito? Se nem tudo corre sempre bem? Se há um monte de sonhos por realizar? Se há stresses e ansiedades? A mim deixou de me importar. Todos os dias se vive um dia de cada vez. Cada vez mais acredito que bons pensamentos atraem energias positivas. Os melhores tempos da minha vida não são aqueles que um dia posso viver - porque deixei de pôr a minha vida em suspenso num futuro que pode ou não acontecer, e que certamente não será mais fácil ou perfeito que o presente. Os melhores dias da minha vida são aqueles que se vivem todos os dias. Porque é o que há de intrínseco em nós que define a nossa vida e não o universo que nos rodeia.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

dilema que há uns dias me preocupa



Demorei mas cheguei lá. A sabedoria popular também diz que mais vale tarde que nunca, por isso não tenho pesos na consciência. No entanto, ocorreu-me uma dúvida: COMO-RAIO-QUEREM-QUE-EU-SEJA-ECOLÓGICA-E-RECICLE-SE-O-ECOPONTO-MAIS-PRÓXIMO-É-A-CINCO-KMS-DE-MINHA-CASA? Ou não ocorre aos senhores responsáveis por estas coisas que as pessoas que vivem nas zonas históricas de Lisboa também o podem querer fazer? Depois não me venham dizer que eu não tenho consciência cívica.

descoberta de luxo


Myeko. Cosmética orgânica de luxo. Estou absolutamente rendida aos produtos. Acho-os fenomenais (e de cremes vou percebendo um bocadinho mais do que o básico porque sou absolutamente viciada) e a minha pele tem agradecido imenso todos os dias. Fora de série são também as duas mulheres por trás desta marca 100% portuguesa, Vera e Patrícia Pinto Teixeira, que mostram o que de melhor conseguimos fazer se acreditarmos e deixarmos os medos de lado. Já experimentei as duas linhas existentes e estou mortinha para exprimentar a que vão lançar muito em breve: Seaternity.

o que eu não admito


Não, não sou perfeita nem quero ser. Nunca ninguém me ouviu dizer isso. Porque nunca foi minha ambição. Tenho defeitos e qualidades como as outras pessoas. Tenho coisas boas e coisas más. Tenho dias tristes e dias alegres. A diferença de antes para agora, é que hoje para além de saber o que quero, sei também o que não quero. O que não admito. E aquilo que não admito transformou-se num ponto de ruptura.

E, acima de tudo, não admito faltas de respeito venham sob a forma que vierem. Venham elas de quem vierem. Não admito que me ignorem. Não admito que me faltem ao respeito. Não me admito que me mintam. Não admito que me tratem como se eu fosse uma qualquer. Não admito que não me oiçam assuntos muito graves. Não admito que depois me venham com acusações. Não admito fugas e subterfúgios quando se trata da vida de pessoas de quem eu gosto muito. E mais: tenho o direito de ficar chateada (isso mesmo CHA-TEA-DA) e de não admitir nada disto.

Nunca acusei os outros de serem os culpados dos males do mundo, como se eu me passeasse no meu papel de princesa perfeita. Nunca. Por isso escusam de vir com agressividades e acusarem-me disso porque a única resposta que posso dar foi a que já dei: enquanto este registo se mantiver eu mantenho a minha posição. Não por orgulho, não me falta de humildade. Mas porque, no que à minha vida diz respeito, eu ainda escolho a forma como as pessoas que me rodeiam me tratam.

(E se ninguém percebe o que estou para aqui a dizer, a pessoa em questão percebe)

yesterday, i met catherine


Antiga jornalista da CNN, que se apaixonou por um português e veio atrás de um amor até Lisboa. Como detesta estar parada e odeia que a conotem como 'poor rich girl' resolveu mostrar ao mundo que há bons sonhos e boas ideias que conseguem vingar se houver coragem para isso. Hoje, gere uma marca que vale milhões, e está presente em 35 países. Catherine Monteiro de Barros é um exemplo de pulso firme e força de vontade. De como vale a pena pensar em grande quando se quer conquistar o mundo.
Em comum (como se eu ousasse comparar-me) tivemos a profissão, a vontade de mudar, o sentido clássico de muitas coisas na vida e o amor pelas crianças. Em separado, a minha admiração por ela, numa conversa que começou em português e rapidamente continuou em inglês sem que nenhuma das duas desse por isso. É uma das bençãos do faço : poder conhecer pessoas fascinantes todos os dias.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

cenas da vida de um jornal #22


Conversa entre colegas...
C. - Mas tu preferes via oral ou via anal?
M. - Via oral.
C. - Hmmm... por isso engoles mesmo, já percebi.

Metade da redacção ouviu e gelou. Oi? Como?
Ah espera! Afinal era uma conversa sobre benuron e sobre a toma em comprimidos ou supositórios.
Quem é que se lembraria de outra coisa? Hmmm?

não tirei ainda os olhos da televisão


Já resgataram 17 mineiros no Chile. Tantos, sem dúvida, mas tão poucos quando se pensam que ainda 15 estão a quase 700 metros de profundidade. Já me arrepiei até à medula várias vezes e até as lágrimas me vieram aos olhos. Que sufoco. Tirem-nos todos de lá de dentro. O mundo inteiro está em suspenso à espera disso, e eles muito mais, pois claro. Que lição de vida, de perseverança, de sobrevivência, de camaradagem, de solidariedade, daquilo que a natureza humana tem de melhor.

só para finalizar

E sim: o último post é para a pessoa que me disse "agora os teus amigos já podem ficar descansados". Porque esse post em questão não era para ela. E, se essa pessoa parar um bocadinho para pensar, percebe exactamente para que outro se dirigia. Porque não quero que restem dúvidas.

sobre o que eu escrevo

Se há uma merda que me enerva é lerem o que eu escrevo e acharem que percebem tudo. Lamento, mas não percebem. E depois entendem as coisas fora do contexto e tiram conclusões erradas. Eu escrevo sobre uma pessoa e outra acha que é para ela. Para a próxima, perguntem (!), antes de mandarem bocas escusadas e precipitadas. Tenho dito.

surpresas...


E se de um jantar de sushi surgir uma nova hipótese de futuro? E se dessa conversa com um grande grande (enorme) amigo, o R. pois claro, surgir uma oportunidade, uma ideia, um caminho? Poderia ficar espantanda, mas não fico. Até porque os últimos dias me têm mostrado que a vida nunca é o que damos como garantido. Pode ser sempre muito diferente. E muito melhor.

apaixonada pela Papo d'Anjo


Sim, sou assumidamente clássica. Gosto pouco de modernismos em algumas ocasiões - e a roupa para crianças é precisamente uma das tais. Ando apaixonada pela última colecção da Papo d'Anjo. É uma paixão que dura há largos anos mas que se acentuou com a oportunidade única de conhecer o rosto por trás de todas aquelas peças absolutamente irresistíveis. Dona Carminho e Dom Diniz hão-de um dia andar vestidos exactamente como a mãe gosta. Dos pés à cabeça.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

conversas a meio da noite


Mensagens improváveis com um ex-affair que vejo de tempos a espaços, mas com quem gosto muito de conversar, nas poucas vezes que nos vemos. E de como a maturidade já consegue contrariar o que podia ser um acaso de grande parvoeira, que não ficava bem a nenhum dos dois. Só tu A., só tu para me fazeres rir.

Ele: Espero que na próxima saída à noite as mensagens que eu receba sejam tuas e não da outra. Gosto mais...
Eu: Não digas isso... Ela é uma querida!
Ele: Também é verdade... Mas por vezes temos as nossas preferências...
Eu: Concordo e acredito, mas mesmo estando sozinha o meu coração está noutro lado (lamechice)... E não poderia fazer isso a um amigo teu...Por isso nós os dois estamos condenados a ser apenas amigos...
Ele: Sim, que lamechas. Compreendo e até fico satisfeito com o que disseste. Por respeito a ti e a ele. Sim, sempre bons amigos... Até porque posso pensar, mas depois chega a altura e não faço. Porque não ia ser o que foi. Agora até prefiro viver como estou, gosto da relação que vivo, mesmo que tenha dias melhores e outros piores que outros.
Eu: Você está mais lamechas que eu! Entendo-te e percebo. Aconteceu. Divertimo-nos imenso. Grandes quecas. Mas não seria o mesmo. Dá valor à pessoa que tens contigo, que eu vou atrás de quem perdi.
Ele: Sei do que falas. É melhor e mais saudável ter apenas o desejo de...Não teríamos consequências, mas é preferível mantermos a história assim. Rirmo-nos com isto e que o desejo do momento fique apenas pelo pensamento. Valeu a pena termos estado juntos porque foi muito bom. E nem te digo o que me passa pela cabeça quando trocamos estas mensagens. Mais não digo... Falemos de coisas sérias: temos os dois uma história de amor com outras pessoas, que queremos viver e lutar por elas. Assim seja.

Remataste dizendo o mais acertado. A única diferença A., é que tu ainda pensas no que se passou, mas eu já não. De qualquer forma, não acredito que te tenhas redimido. Mas já ficaste a saber que entre nós está lá guardado no passado que passou. Porque é a única forma de nos continuarmos a rir disso.

sonho à emir kosturica


A minha festa de casamento. Feita na gare de uma estação de comboios. Com mesas corridas e convidados muito mal vestidos. Tudo organizado pela minha mãe, que se enganou no número de convidados e me ia obrigando a acrescentar, cheia de vergonha, mais bancos à mesa. Um marido absolutamente horroroso e desconhecido que não conseguia perceber porque é que eu chorava de raiva se estava tudo tão lindo. Convidados a fazerem karaoke de Tony Carreira quando me apanharam a ir à casa-de-banho. E eu com um vestido branco, com metros e metros de tule, que mais parecia um suspiro em tamanho gigante.

(Claro está, que acordei assustadíssima e com o coração aos pulos. Nunca me soube tão bem estar na minha cama. Safa!)

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

palavras às escondidas


Não sei traduzir em palavras as coisas boas que sinto. Que vejo. Que se passam. Que imagino. Que podiam acontecer. Que estão agendadas. Programadas. Que podem ocorrer por acaso. Ou nem acontecer sequer. Porque até o que não está bem se resolverá. Porque a vida nem sempre é fácil. Mas vale sempre a pena. E eu sou a eterna ingénua que continua a acreditar. Hoje. Sempre. Todos os dias. Até naqueles momentos em que não me apetece. E hoje apetece-me. Apetece-me sorrir. E falar. E olhar. E observar. E deitar tudo cá para fora. Porque as palavras saem mais depressa do que quero. Do que consigo. Até do que posso. Porque não as podia escrever. Mas são só elas que me apetecem. Que me tentam. Que me obrigam a dar-lhes forma quase às escondidas. Não posso. Não tenho tempo. Tenho uma vertigem de trabalho absolutamente louca que não me vai sequer deixar dormir, quanto mais escrever para mim. E por isso há que fazê-lo às escondidas. Com alguns sentimentos de culpa. Porque neste momento são como um bombom doce que me dá um prazer imenso. Pôr tudo em palavras. Para que nada se perca. E relê-las vezes sem conta. Para que nada se esqueça. Dedico os dias às palavras dos outros e para os outros - e nos intervalos perco-me nas minhas. Como forma de respirar e de conseguir andar para a frente. Sempre para a frente.

constatação


Quando aquelas pessoas que são mesmo próximas, aquelas que não podiam desiludir, desiludem, é triste. Ou não. Se calhar sempre fui eu que achei que eram mais do que na realidade são. E quando todos os outros me queriam abrir os olhos e eu teimava em defender o óbvio, agora deixei de poder. E se antes me chateava, agora já nem isso. Porque a vida está muito para além do nosso mundinho pequeno. E todos os dias há quem, felizmente, me prove isso mesmo.