sexta-feira, 30 de abril de 2010

Casamento amanhã

Amanhã é o dia do casamento da minha querida SB. Espero que seja lindo, estilo conto de fadas, porque ela merece. Um dia será o meu. Gosto de ficar a pensar nisso. De imaginar. De sonhar. Faz-me bem porque me aquece o coração, sem angústias. Será no dia que tiver de ser. Amanhã vou ao dela com um sorriso do tamanho do mundo. Fico feliz com a felicidade dos que me rodeiam. Muito mesmo.
Victoria's Secret: a minha paixão! Mais um biquini encomendado à SL que vai para o mês que vem a New York.
Ele: Não confias em mim porquê?
Eu: Porque já me pediste um milhão de vezes para não confiar.
Ele: É melhor não.
Eu: Só faço o que tu pedes.
Ele: Claro não tenho dúvidas.

É das pessoas que melhor me conhece. E dos que está lá por mim sempre que precisei. Confio nele para o que preciso. Para o que não preciso, não.
Sem tirar o cartãozinho da dita ATM paguei:
1. renda da casa
2. seguro do carro
3. prestação do visa

... Não sei quem é que está mais endividado: se Portugal se eu. Se alguém quiser comprar a minha dívida que se chegue à frente, que como ainda sou 'boa pagadora' os yields e os cds ainda estão a valores aceitáveis.
Meia história para aqui, meia história para ali. Todos nós somos assim. Eu também sou assim. Só conto o que quero, a quem quero e quando quero. E não admito que me possam cobrar mais do que isso. Mas quando conto a minha meia história atento nas palavras e no alcance delas. Só disse ali metade, que não quero fazer passar como um todo. Porque correria o risco de distorcer por completo a verdade dos factos. Pelo menos a minha verdade - ou a meia-verdade que estou a dizer. Porque há sempre a verdade do outro lado. Não digo o que não acho que seja relevante, desde que esta suposição de relevância não altere o sentido do que se passou. Porque se alterar, ou conto tudo ou mais vale estar calada.
Isto tudo para dizer que nos últimos tempos me tenho dedicado a juntar as meias histórias que me vão contando. Chego a duas conclusões: nem a história junta por vezes é a soma das duas metades e nem sempre percebo o alcance de cada uma delas, quanto mais da totalidade.
Enquanto pessoa curiosa que sou acho fascinante a capacidade humana de ver o mesmo acontecimento de vários ângulos. Porque dizemos muito de nós com aquilo que não contamos do que com o que nos sai boca fora.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Cenas da vida de um jornal - episódio 2

AS: "Não recebeste o reembolso do IRS porque em vez de pores o nib optaste por cheque?! Tu nem pareces jornalista! A mim até me enviaram um sms com o montante e o dia em que iam depositar!"

IV: "O que é que queres, não me ocorreu. E agora ninguém me atende do call center das finanças!"

Mê-do!!

Cenas da vida de um jornal

A maravilha de se trabalhar num open space é que ficamos a saber tudo da vida de todos. O meu conhecimento hoje enriqueceu porque:

  • A JP foi fazer exames e está bem de saúde mas tem que adoptar tácticas zen para acalmar o stress;
  • A SL vai ter uma noite escaldante com o amigo colorido amanhã, porque os pais a deixaram sozinha em casa;
  • A mãe da IV tem por hábito ligar-lhe a dizer que está abandonada em casa (a senhora tem 85 anos, é meia surda e tem alzheimer) e só hoje contei três chamadas;
  • Alguém roubou as pastilhas elásticas à CN que anda feita louca a acusar toda a gente e a perguntar 'Porque é que Deus me faz isto?';
  • O Papa vai ao colégio do filho da AS e o JS traça já cenários de possível atentado;
  • O PL adoptou um novo hábito de reunir a malta a toque de uma corneta gigante que alguém lhe deixou na secretária;
  • O RC quer que a AC passe a andar de patins como as antigas meninas do Carrefour;
  • A LC tem o carro avariado na oficina;
  • O JR. está em São Francisco e a JH a planear reencaminhar-lhe as chamadas para o telemóvel porque o telefone dele não pára de tocar e está a dar com um grupo de gente em louca;
  • O VF anda a vender biquinis vindos directamente do Brasil, numa das salas de reuniões, às escondidas da direcção;
  • O FF continua a escrever livros para a concorrência e a achar que ninguém topa o que ele faz.

Um dia calmo, portanto.
Estou seriamente a pensar em começar a passar a novela de todos os dias para aqui.

Oficialmente viciada!

Não sou nada boa em relações à distância

Sim tens razão. E tu sabes que concordo contigo. Também a mim é pela cabeça que uma pessoa me conquista. Não há nada mais fascinante. Descobrir alguém por dentro. Ver o que está reservado a muito poucos. Subir o nível. Ser exigente. Gosto de pessoas inteligentes e perversas. Pessoas escondidas que não são aquilo que mostram. Que me consigam pôr a pensar. Que me façam questionar até o que mais tenho por inquestionável. Que me ensinem. Que me desafiem. Que me levem ao limite.

Mas também preciso que estejam ao pé de mim. Que me mimem. Que me abracem e me dêem flores. Que me acordem de manhã. Que não se intrometam no meu espaço e nos meus vazios, mas que estejam ao alcance de um simples esticar de braço. Que me oiçam ao telefone. Que me façam sentir a menina pequenina que às vezes sou. Porque sou assim. Preciso da cabeça, mas também da presença. Para me sentir um bocadinho menos sozinha.

… E três horas de avião e um ano de espera é demasiada distância para eu conseguir assimilar.

Percebes meu querido? Era mais ou menos isto que eu te queria explicar há bocado enquanto almoçávamos.

É pela cabeça que me conquistam. Que conseguem chegar verdadeiramente cá. Mas tenho em mim essa necessidade da presença. Posso estar sozinha, se estiver sozinha. Porque estou bem comigo. Mas não consigo estar sozinha, estando acompanhada.

É bom poder acreditar em sempre e tudo mais uma vez. Em começos do zero. Em finais felizes. Em muitas coisas boas que ainda estão para acontecer. Porque estão.

Bom dia!!!

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Having a break

Parei agora para um chá de tarte de limão absolutamente MA-RA-VI-LHO-SO e para pensar em tudo o que se tem passado e te diz exclusivamente respeito a ti. Já chorei mais nos últimos dias do que em muitos meses desde que te foste embora. Lembro-me do que nunca chegaste a ver. Do que queria que tivesses visto. Daquilo que sei que te iria orgulhar muito mais a ti do que a mim. De todas as fotografias e boas recordações em que só estarás presentes dentro da minha cabeça. A resposta a todas as minhas interrogações veio ontem.
Minha querida, o seu pai era a única pessoa que você sempre considerou como igual a si intelectualmente. Sendo você das pessoas mais inteligentes que já conheci, acredito que a falta de estímulos e desafios da parte dele a façam sentir-se sozinha. Não tem ninguém à sua altura que a questione e se orgulhe de si. Se profissionalmente conseguiu chegar a esse patamar superior agora, só mesmo o seu pai a reconheceria. Por isso é perfeitamente normal que sinta a falta dele, até porque se orgulharia muito mais de tudo o que alcançou do que você mesma.
Está bem. Ok. Mas dava para eu não andar a chorar que nem histérica? E com outra me rematou:
Teve uma das perdas consideradas mais traumáticas que alguém pode ter. Foi a primeira vez que perdeu alguém, perdeu quem mais amava, teve de tratar dessa pessoa durante demasiado tempo, assumir responsabilidades que outras pessoas nem imaginam. Tenho mais de 30 anos de experiência profissional e digo-lhe: fez um trabalho fantástico, fez muito mais do que lhe era exigido, fez muitos possíveis e muitos impossíveis.
Dito isto sou uma filha normal, que descobriu que é muito possível continuar a sorrir e a ser feliz. Ela diz que o nome formal do processo se chama 'fazer o luto'. E que, no meu caso, está tudo a ficar muito bem feitinho. Assim seja.

terça-feira, 27 de abril de 2010

domingo, 25 de abril de 2010

Porque a vida não se repete

Meu querido (e tu sabes que és tu, sabes que é para ti que falo),
Não te iludas em tentar repetir o passado no presente. A vida não é uma reprodução dos momentos e das pessoas que nos fizeram felizes porque esses são sempre únicos e irrepetíveis. Não caias na ilusão de imaginar que podes atenuar um pouco o teu sofrimento só porque as parecenças são muitas. Sejam quais forem as coincidências da vida não há pessoas iguais. A ilusão é isso mesmo, ilusão, algo que por muito que pareça não é real. E quando um dia deres de cara com a realidade vais ter uma ferida ainda um pouco mais aberta para sarar. Não transformes a tua vida num acumular de feridas. Ou pelo menos tenta.
Ontem achei que não te devia ter contado o que contei. Hoje acho que ainda bem que o fiz. Não foi com intenção de te magoar, até porque nada sabia, mas talvez as misérias que ficaste a saber sobre essa pessoa te levem a ver que afinal não é igual a ninguém. Porque até para fazer de conta precisas de alguém bem melhor.
Não te sintas enganado ou traído, porque tu sabes que esse é o preço que pagas (que nós pagamos, porque também me incluo, em todas as afinidades que só nós dois sabemos que temos) por não ser igual a toda a gente e por não gostar de pessoas iguais a toda a gente.
Nunca te esqueças do que me disseste ontem: a pessoa que achou que te controlava enganou-se e sofreu por isso. Não te ponhas tu nessa posição: de achar que tens todo o controlo e depois seres apanhado desprevenido. Deixa os jogos de poder (que também adoro em tudo o que são irresistíveis) para as realidades e não para as ilusões de realidades.
Um beijo enorme, maior do que o mundo e arredores.
Gosto mesmo mesmo muito de ti.
Um ano em Cabo Verde? Tanto? Vou ter muitas saudades tuas cigano. É certo que não nos temos visto tanto como isso hoje em dia. Mas ao menos sabia que ias andando por cá. Agora vais para longe. Odeio despedidas e odeio a sensação de te perder já sem te ter. Não gosto pronto, o que é que se há-de fazer, sou assim. Foste e ainda és muito importante para a gorda.

sábado, 24 de abril de 2010

Não sei o que mudou, mas alguma coisa foi. Eu sinto. Ou melhor, sinto-me. Sinto-me bem. Sinto que as coisas valem a pena. Sinto que as pessoas são bonitas. Sinto que vou encontrar, de uma forma ou outra, a maneira certa de ultrapassar as pedras que encontrar no meu caminho. Sinto que há pessoas que gostam de mim assim como eu gosto muito delas. Sinto que deixei as dores do passado ir e que o que ainda me faz chorar são recordações tristes que não apago, mas que já não me condicionam. Sinto que a minha solidão é finalmente pacífica e não um poço de revolto de mágoas e ausências. Sinto que não quero fugas ou escapes, porque estes deixaram de fazer sentido. Sinto que estou outra vez a conseguir sorrir e, quem sabe, daqui a uns tempos conseguirei mesmo rir. Sinto que nunca tinha sentido isto antes. Sinto que sou uma pessoa muito diferente daquela que era antes. Sinto que a morte da pessoa que eu mais amo no mundo não me deixou mais amarga e obscura, mas que aos poucos me está a deixar uma pessoa mais madura e em paz com a vida. Sinto que respeito mais os outros e que já consigo entender que nem todos pensam como eu. Sinto que talvez no fundo tudo se perdoe porque não vale a pena guardar mágoas que nos tiram o sono. Sinto que talvez um dia consiga amar tanto uma pessoa como ela me possa amar a mim.
Everything will be ok in the end. If it's not ok, it's not the end

Pai, viste o jornal hoje?

Fiquei sem palavras. Mesmo. Lembrei-me tanto de ti. Abri o jornal e o meu nome estava lá. Um nome que é meu mas que diz muito mais do que a mera junção das letras. Um nome que diz tudo. Não não tenho medo de ter chegado onde cheguei. Não não tenho medo de não estar à altura das expectativas. Não não tenho medo de agarrar desafios e oportunidades. Sim estou cá, onde sempre quis, trinta anos mais cedo do que estava à espera. Sim sei que ias ter muito orgulho em mim. Sim sei que é o princípio de muita coisa boa que ainda está para vir. Sim sei que finalmente encontrei o lugar ao qual pertenço. Vou guardar este e todos os outros daqui para a frente para um dia mais tarde te mostrar quando nos voltarmos a encontrar. Seja lá onde for.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Sexta-feira à noite...

O melhor do mundo é dizer à minha mãe que ele é lindo. Que hoje me derreti com aquele sorriso maravilhoso que me aquece a alma. Que me faz bem. Que me faz acordar bem disposta.
Então e não há por aqui nenhuma fotografia que eu possa ver?
Hmmm, por acaso até havia. E não é que me deu razão! "Ele é mesmo muito bonito". Eu sei.  
Ora vejamos, se eu:
1. Não te atendo o telefone

2. Desligo sistematicamente as chamadas

3. Não te respondo a mensagens

Achas mesmo que estou interessada em ti? Achas? Que parte é que ainda não percebeste, conta lá? Precisas de um desenho? É que já começaste a ser motivo de gozo entre as minhas amigas. O que por acaso até mereces porque como pessoa íntegra deixas assim um bocadinho muito a desejar. Por isso - e desculpa-me lá a dureza - vai engatar uma menina da tua laia que eu sou mulher demais para ti. Tá fofucho?
Acho que amanhã ias/vais ficar muito orgulhoso de mim. Eu pelo menos estou em pulgas como uma menina pequenina. Se calhar também só tu é que irias perceber porque é que, com tantas idas à televisão que dão uma maior visibilidade, será amanhã o dia mais importante de tudo o que de bom me tem acontecido até agora como jornalista. Gostava que visses e lesses. Vou saltar da cama de madrugada, comprar o jornal, e ler aquilo vezes sem conta. E a cada palavra vou-me lembrar de ti. E vou imaginar o que tu sentirias e consigo mesmo ver o teu sorriso de veres o meu nome escrito na primeira página. Consegui. Finalmente consegui. Já cá não estás para ver, mas sem tudo o que fizeste de mim enquanto pessoa nunca teria lá chegado. Eu sou o que tu me fizeste. E chegarei amanhã onde tu nunca duvidaste que chegaria. Só tenho mesmo pena que não estejas cá para te abraçar por isso. Obrigada pai

Lamento, mas odeio


Não, não gosto. Atirem-me pedras mas eu N-Ã-O G-O-S-T-O! Não gosto de ver modelos gordinhas em lingerie. Não acho piada nenhuma. Não me venham com a conversa que as modelos têm corpos que nenhuma mulher normal pode ter (e aí eu concordo inteiramente!) e por isso toca lá a mostrar as banhas a mais para quem olha para o anúncio se sentir identificada.

Eu estou longe de ser perfeita, mas detestaria olhar para uma mulher numa revista que não tivesse um corpo a atirar para o perfeitinho. Porque não acho que de repente vou ser como ela, isso não me deixa amargurada nem à beira do desespero, não me tira o sono, não me faz andar três dias a alimentar-me de alface. Faz-me sonhar. Faz-me perder tempo na página a olhar para aqueles corpinhos maravilhosos. Por isso, lamento mas eu não gosto. Modelos XL não são a minha onda.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Sentimento paternalista

Estou a descobrir que os homens foram acometidos de um sentimento paternalista, em minha opinião um tanto ou quanto estranho. Não é que olhem para as criancinhas de forma diferente, deram foi em fazer de paizinhos uns dos outros. Pelos menos alguns homens que eu conheço. Ah e tal as fragilidades e os medos. Meus caros! Acho que vossa preocupação uns pelos outros é extremamente meritória. Têm todo o meu aplauso. Só provam que afinal até são pessoas normais e que conseguem mostrar sentimentos como inteligentes que são, sem terem de andar com aquelas boquinhas - para as quais já não há paciência – sobre a definição da sexualidade. Até aqui aplaudo, louvo, ainda bem, finalmente, haja deus, nem de outra forma poderia ser.

Mas quando se começam a preocupar em demasia tudo me começa a parecer um bocadinho excessivo. Eu acho que todas as pessoas têm medos, receios e fragilidades e que, mais importante do que tentarmos que nada de mal aconteça aos nossos amigos, é mostrar-lhes que estamos cá precisamente quando tudo isso for posto em causa. Porque deve ser posto em causa. Porque só quando se enfrentam medos e receios se ganha a maturidade para crescer e evoluir. Porque senão andamos a cultivar flores de estufa alimentadas a medos eternos.

Imaginemos… “Ah e tal o Y tem medo de gatos” O que fazer? Tirar os gatos do caminho do Y? Exterminar os bichanos e as donas deles? Não. Eu acho mais produtivo deixar que o Y um dia encontre uma estrada cheia de gatinhos de todas as raças e nacionalidades para ele olhar para dentro de si e perceber:

1. Porque é que tem medo de gatos?
2. O que é que o seu inconsciente lhe diz sobre gatos?
3. Como é que o seu instinto o vai fazer atravessar a rua sem morrer de pânico?
4. A quem pode pedir ajuda para ir afastando um ou outro gato do caminho?
5. Será que afinal os gatos eram assim uma barreira tão insuperável?
6. O que aprendeu quando chegou ao final do caminho?

E quem diz gatos diz outra coisa qualquer. Podem não concordar comigo, mas esta é a minha posição. Eu também tenho medo de andar de avião. Mas ando. E muito. E se ouvisse alguém nas minhas costas a dizer “tem cuidado que ela tem medo” acho que ficava um bocadito pensativa. Porque o medo não o deixo de ter de cada vez que entro num avião (sim, começo a hiperventilar e com o coração aos pulos antes do Xanax fazer efeito), mas também já aprendi que a minha vida não fica bloqueada por isso e me sinto muito orgulhosa de mim por conseguir superar essa barreira todas as vezes que forem precisas. Por isso não me tirem os aviões do caminho.

Vamos lá deixar os vossos ‘pequeninos’ crescerem, está bem? Se eles caírem vocês estão cá para os ajudar em tudo. Isso eu não duvido.

Nem mensagens, nem chamadas, nem emails. Nada. Estás no fim do mundo e eu não consigo falar contigo para te desejar boa viagem. Fico à espera de notícias quando chegares a Paris. Até já.

Pergunta de uma amiga

J. - Claro que as pessoas também se ajustam, mas tu por acaso eras capaz de te apaixonar por uma pessoa que não fosse como tu? Que não tivesse os teus valores e a tua educação? Que não fosse inteligente? Que não puxasse por ti e te ensinasse um monte de coisas? Que tivesse uma família tétrica e tivesses que levar com o Texas lá em casa? Que vivesse lá para a Amadora e não te acompanhasse nos teus gostos?

Hmm.... Pois não. É claro que não era. Nem pensar. Há coisas em que eu até posso ceder, mas nunca no essencial daquilo que preciso de outra pessoa. Porque só me estaria a enganar a mim e a ela. Já fiz isso e correu muito mal.
Ontem fiz as perguntas a que não sabia se queria ter resposta. Mas ainda bem que as fiz. Assim descobri que de facto há coisas que mais vale não sabermos. Que a ignorância pode ser uma benção quando se trata daquilo que achamos que uma pessoa é ou deixa de ser para nós. Eu achava que tu eras assim meio especial Miguel. Desconfiava que talvez não, mas ainda tinha essa esperança. Mas a minha curiosidade falou mais alto. Ontem descobri que és profundamente patético, pouco inteligente e muito mais normalzinho do que eu te supunha. Só me deu uma imensa vontade de rir com tudo o que me contaram de ti nos últimos tempos. Num ápice passaste daquela pessoa que eu tinha em grande conta para um tolo que ainda bem que saiu da minha vida. Continuo a gostar muito de ti, mas desde ontem que consegui ganhar o distanciamento para te ver com os olhos dos outros. Vou tentar não me rir muito prometo, mas não sei se consigo.

segunda-feira, 19 de abril de 2010


Fui! Vou com ela para o sofá e estarei incontactável para o mundo durante as próximas horas.

As tarefas diárias jamais impediram alguém de seguir os seus sonhos.

Paulo Coelho, "As Valquírias"

Lido em tempo recorde! York versus Tudor? Continuo a eterna fã da Dinastia Tudor, mas é bom de ler tudo o que se passou em Inglaterra antes do fantástico Henry VIII during 'Cousins at War'. Next? "The Red Queen", by Philippa Gregory.

Pensamento do fim-de-semana

Ainda bem, mas mesmo ainda bem, que sou uma pessoa absolutamente normal!

(... Cada vez fico mais boquiaberta com a parvoíce humana. É que nem é ser infantil; é ser mesmo burro e limitado de inteligência. A mim dá-me vontade de rir as coisas que por aí oiço, de bebedeiras e noites alheias de pessoas absolutamente desesperadas, que coloco na caixinha dos "tesourinhos para lá de deprimentes". De figurinhas tristes e de atitudes profundamente inconsequentes que acabam bem, mas que podiam ter acabado muito mal. Defintivamente mais vale ser 'normalizinha' e estar só, ficar por casa a ler ou jantar com outras pessoas normais... do que acompanhada de gente assim. Mas continuem a contar os episódios da novela, que eu vou-me rindo à vossa custa. Lamento, mas é que é ó único sentimento que me despertam. Uma imensa vontade de rir.)
E bem me dizia o R. ontem: "Ninguém é obrigado a ter bom senso". Não podia concordar mais.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Há dias em que a minha cabeça não chega para tantas más recordações. O coração já não pode doer mais porque nada mais há para arrasar, mas angústia de reviver vezes sem conta o que se passou é uma tortura que volta e meia me assalta. Cabeça tonta! Apanha-me desprevenida quando não estou a pensar em nada e, quando dou por mim, não estou cá, mas lá. Nem lá nem cá. A tentar fechar as imagens tristes todas dentro de uma caixa para não mais abrir. Não consigo apagá-las, não quero voltar a senti-las, é uma tortura revivê-las. Se alguém olhar para mim nessa altura devo parecer certamente uma boneca com olhos de vidro, sem alma. Reviver um sofrimento dói muito mais do que sofrer pela primeira vez. Porque já sabemos o final da história e já não há esperança vã que tudo possa ser compensado por um passo de mágica. Também já aprendi que vou ter de viver com isto para o resto da vida. Quando se perde alguém, perde-se a pessoa, mas o que fica não é só a ausência. Antes fosse, porque era mais fácil. Fica tudo aquilo que de triste se viveu e, quando menos esperamos, salta cá para fora sem aviso. Como disse a Paula Teixeira Pinto em entrevista à Única: “Viver com a morte de alguém é como ter uma doença prolongada. Não há forma de fingir que não existe e temos de adaptar a vida a essa mudança.” Eu sei, mas custa.

Há-de ser mais ou menos este o efeito, mas venha a borboleta em vez do dragão. Assim sendo ficarei com um número par de tatuagens (seis) o que obviamente me vai obrigar a ter de fazer mais uma.

Porquê? Porquê? Porquê? Porquê? Porque é que voltou a chover como se não houvesse amanhã? Porque é que eu tinha precisamente de ter o dia de hoje preenchido com entrevistas que me obrigam a andar de um lado para o outro? Porque é que são 11h30 e já estou tipo pata choca toda molhada e amassada? Porquê? Expliquem-me lá porque eu juro que não entendo!

quinta-feira, 15 de abril de 2010


Desaparecíamos os dois durante umas horas. Fugíamos para longe. Partilhavamos uma garrafa de champagne e eu adormecia enquanto me lias Garcia Marquez e ouvíamos Saint Germain.

Wish list












Feeling like your little princess today

Será?...


Tenho o coração aos pulos. Ponho a mão no peito para abafar o barulho. Espero que ele não tenha ouvido. Puxei uma cadeira e sentei-me ao lado dele. Perto. Tão perto que deu para reparar em todas as perfeições e imperfeições que acho absolutamente perfeitas. Gosto da voz dele e da forma tímida como não me olha nos olhos quando está a falar. Disso e de muito mais…
Esta noite estavamos os dois em Nova York. Tu e eu. Sozinhos como sempre estivemos, nos melhores momentos que passámos juntos. Já te tirei da minha vida, mas não te consigo tirar da minha cabeça. Porque foste uma parte muito boa da minha vida. Não sei se quero que voltes porque nada voltaria a ser como dantes, naquele sonho que vivemos os dois no verão passado. Completamente fora da realidade. Mas não te consigo tirar da minha cabeça, e nem sei se quero. Revivo aquilo que nos juntou em cenários diferentes. Estás lá sempre tu. Eu fico sempre com um sorriso do tamanho do mundo quando te vejo aparecer. Porque ainda me lembro de tudo. Foram dias e noites perfeitos que ficarão sempre intocáveis do que tiveram de mágico.
Esta noite estava à tua espera ao final da tarde. Em Wall Street. Junto da bolsa. Por baixo do relógio que dá as horas na Central Station. Mesmo à filme. E tu aparecias à hora certa. Não dizíamos nada, porque nada havia para dizer. Por uns momentos estavamos outra vez juntos os dois. Como estaremos sempre. Dentro da minha cabeça. Porque a tua realidade é dura Miguel e eu nunca estive preparada para ela. Para te mudar. Porque deixarias de ser tu.

Mas não me importo de esperar por ti as vezes que forem precisas. Só para te ver chegar, como esta noite. Não quero mais do que isso. Nunca quis. E quando me quis convencer do contrário, enganei-me.

quarta-feira, 14 de abril de 2010


Banda Sonora para uma tarde de chuva e de muito trabalho

Por favor! Eu tinha pedido encarecidamente! Não há condições! O menino - de calça beje e camisa azul - não se ponha à minha frente a comer pastilha elástica como um puto da escola senão não há forma de eu perceber as novas taxas das tributações das mais-valias em bolsa, está bem? Leve lá o seu moleskine para outro lado, volte diretinho para a sua secretária porque assim eu só o oiço. E olhos que não vêem coração que não sente.

Será que lhe posso dizer?


“Querido P. Tu és giro de morrer. Tens aquele charme de quem é bonito intrinsecamente sem noção do efeito que provoca nas mulheres. E que efeito! Consegues que qualquer uma se sinta outra vez adolescente e fique com um sorrisinho tonto quando tu passas. És conversa de almoços e cafés pelo interesse que despertas e por tudo o que não sabemos de ti e estamos a morrer por descobrir. Tens pinta de modelo, voz de Oceano Pacífico e estamos aqui todas absolutamente derretidas por ti. É complicado ouvir as tuas ideias e sugestões porque me perco a olhar para ti e a tentar disfarçar as borboletas que me esvoaçam dentro da barriga. Pese o facto de que és precisamente o chefinho aqui da tribo e tudo se complica mais um pouco.
A minha cabecinha de vento sonhou contigo esta noite. Sonhei que éramos casados, vê lá tu. Acordei a rir-me que nem uma perdida. Por isso faz-me um favor do tamanho do mundo: não me peças hoje pontos de situação do que quer que seja porque eu não vou ser capaz de olhar para ti sem me desatar a rir, ok? Ou corar que nem adolescente tonta com os olhos muito abertos. Faça-me lá esse grande favor e vá lançar charme para longe daqui. Mas só hoje, amanhã já podes voltar.”

Primeiro disse-me:

"Tenha cuidado com o que pede ao mundo porque no seu caso há uma tendência absolutamente inexplicável para se tornar realidade"

... E depois mandou-me viver a vida.

terça-feira, 13 de abril de 2010


Há coisas que não se agradecem. Mas obrigada pelo final de tarde ontem R. Uma vez disseste-me que a minha amizade te fazia bem. Tu a mim consegues fazer-me rir. Às gargalhadas. E isso é muito importante porque nos últimos dois anos e meio só me consegui rir duas vezes.
Quando te perdi deixei de ter medo de perder o que quer que seja. Vinha a pensar nisto hoje de manhã no carro. Não sei qual é a distância entre mim os meus medos, por mais negras que as hipóteses possam ser. Os medos transformaram-se em meros obstáculos que podem contornados a meio de um caminho. Como pedras que se afastam. Nada mais do que isso. O que é que de pior me pode acontecer? Sofrer? Morrer? Não sei. Porque tu estarás sempre lá do outro lado à minha espera. A vida ganhou outro significado. Muito melhor muito mais saboroso. Teremos muita conversa para pormos em dia quando nos encontrarmos. A tua ausência tem um duplo efeito em mim: viver tudo o que posso para te contar o que não chegaste a ver e aceitar que, mesmo quando eventualmente algo possa não correr bem, isso já não me tira o sono. Nada faz mal, porque um dia vou ter contigo.

Notícias da minha S.! Já saiu de Hannoi, está com as meninas em Halong Bay. Temperatura média no Vietname: 40º. O resto eu imagino... eheh

Today's mood



Zen mode

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Porque é que é uma segunda-feira maravilha?
1. Porque está um sol lindo
2. Porque saí de casa de sandálias, pela primeira vez este ano
3. Porque venho com o bronze de uma tarde passada no Guincho
4. Porque ontem fui experimentar as flammes do Storik e adorei

5. Porque tenho menos 1kg que a semana passada

6. Porque me apetece sorrir e sorrir e sorrir

7. Porque é bom ler no final de um email trocado com um amigo que ele gosta de mim, assim como eu gosto muito dele

8. Porque estou cheia de trabalho e não tenho tempo para pensar em parvoíces

9. Simplesmente porque sim!

Ah e mesmo sob fortes suspeitas que a minha televisão possa ter avariado... i don't care. Esta semana nem tenho tempo para tratar disso sequer.

sexta-feira, 9 de abril de 2010


Às vezes o coração começa a doer um bocadinho menos e eu já consigo sorrir. Já me percebeste não já? Senti a tua falta. Não te podes ir embora da minha vida assim de um dia para o outro. Ainda para mais quando preciso de ti. Porque falamos línguas diferentes e depois dá uma grande asneira. Eu interpreto-te mal e tu também não me consegues ouvir. Enfim...

Com este tempo ABSOLUTAMENTE MARAVILHOSO amanhã é dia de Guincho com I.! Venham de lá os surfistas!

Tu chamavas-me 'narizinho de apagar velas' porque tenho o nariz arrebitado de perfil. E eu chamava-te 'senhor engenheiro' porque uma vez na brincadeira te tratei por doutor e me respondeste que isso era demasiado banal. Lembras-te pai?