sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Pai, será para todo o sempre...

Email do dia 28 de Fevereiro de 2001...

"Queria ter-te oferecido no dia de hoje qualquer coisa de muito pessoal e instransmissivel, mas os afazeres dos últimos dias (que mais logo vais compreender), não me deixaram nem tempo nem cabeça para o fazer. Portanto, muito sentidamente envio-te uma "lágrima" muito séria e sentida de alegria, não só pelas "satisfações" que me tens dado, mas também pela comprensão que tens demonstrado...com todos os custos que te tem acarretado ao longo desta tua curta mas recheada vida. Que possamos manter este cordão umbilical que nos une, POR TODO O SEMPRE, é o que eu desejo acima de tudo nesta minha vida."

Seres meu pai é a melhor prenda que me pudeste dar na vida!

Para um fim-de-semana de chuva


Hoje: Jantarzinho mega fantástico na pizzaria do Lux com um amigo recente que estou a gostar bastante de descobrir, seguido de noitada no Bairro Alto. Nos últimos tempos ando uma verdadeira bela adormecida, mas já decidi que tenho de descolar das minhas almofadas e lençóis e renascer para a vida pós-meia noite, munida da minha Yves Saint Laurent vintage que a mummy me ofereceu no Natal.

Amanhã: Sair de casa com toda a paciência do mundo, misturar-me na multidão que ataca os supermercados aos fins-de-semana e dar vazão à minha lista interminável de compras para fazer para o meu jantarzinho de aniversário.

Banho de espuma e tratamentos de beleza ao final da tarde, enquanto a minha bela S. ataca a cozinha e prepara o melhor jantar de aniversário do mundo! Jamie Callum na aparelhagem e Zara Home vanilla em cada cantinho da minha adorada casa.

Jantar para poucos, para os melhores apenas. Tarte de limão merengada como bolo de aniversário. Muitas velas para soprar.

Le Marais e Lux.

Domingo: Almoço de família no restaurante mais romântico de Cascais e jantar a dois (duas) com tudo a que tenho direito!

Aprender a dizer não... ou a não dizer nada


Se há coisa que me desestabiliza é saber que magoei outra pessoa. Propositadamente nunca o faria, sem o querer já o devo ter feito algumas vezes de certeza. Já fiz. Sou humana e estou longe de ser perfeita. Mas acordar e descobrir que a única solução, entre as duas possíveis, vai acabar por magoar, é algo que me deixa com vontade de enterrar a cabeça na almofada como se viesse aí o fim do mundo.

Há uma pessoa que nunca devia ter acontecido na minha vida. Foi uma história sem história. Aconteceu por um conjunto de coincidências da vida a que nenhum dos dois disse que não. Mas não teve mais substância do que isso. Ou pelo menos para mim não teve. Não temos nada que nos aproxime, há um mundo inteiro que nos afasta e eu estou muito bem assim obrigada porque não fiquei minimamente cativada com a pessoa que conheci mais profundamente. E ele também não ficou comigo. Até aqui tudo bem. Ou não. Não tenho a mínima dúvida - por mais ínfima que seja - de que ele não está apaixonado por mim e por isso não percebo esta atitude desesperada de me tentar agarrar. E quanto mais ele puxa, mais eu fujo.

E hoje, mais uma vez, acordei de manhã com uma mensagem dele, que parece querer ignorar a todo custo este afastamento que impus entre nós. Já não sei o que fazer. Não acredito que goste de mim; acho que me vê como uma solução de refúgio numa busca desesperada por fugir a uma solidão que o assola. Mas e eu faço o quê? Já percebi que seja qual for a minha atitude vai magoar e vai sempre fingir-se desentendido. Quando qualquer solução para um problema passa por magoar outra pessoa, há um cantinho dentro de mim que se sente cinzento como o tempo.


O meu ex ligou-me para me dizer que foi agora notificado pela polícia e vai ficar 30 dias sem poder conduzir por ter sido apanhado a falar ao telemóvel quando estava a meio de uma discussão comigo - e o nosso namoro já acabou há mais de um ano. Sim lembro-me desse dia, não dos motivos da zanga. Mas é sempre bom ouvi-lo a falar de tudo isto com a boa disposição do costume. É por isso que vou continuar a gostar sempre muito dele. Será sempre o meu ex mais adorado.

Conversa de elevador

Ele: Hoje foste de manhã à televisão...
Eu: Não, hoje não. É só para a próxima terça-feira.
Ele: Ahhhh
Eu: ... ... (sorriso amarelo)
Ele: Então mas porque é que estás maquilhada?
Eu: Porque me maquilho todos os dias. É hábito.
Ele: Hmmm... (com ar pensativo/circunspecto como se eu acabasse de confessar que costumo comer criancinhas ao pequeno almoço) Pois, eu é ao contrário. Hoje por exemplo não fiz a barba.
E assim que as portas se abriram fugiu o mais depressa que conseguiu.

Fiquei a pensar... mas será que é suposto eu vir trabalhar de fato de treino e tótó na cabeça? Ou uma mulher arranjada e bem compostinha assusta os homens? Agora quem está com medo sou eu!

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Miss Birkin speaking to Finantial Times...


An unforgettable place you've travelled to in the last year?

Jane Birkin: Lisbon, specifically the Fronteira Palace. It's wild: you can buy these tiles with naive little cats' faces and the gardens are magical as Beauty and the Beast. Electric, charming, never to be forgotten.


"What, nalla", he said in a hoarse whisper. She stopped, unsure she'd heard him right. But she had... Beloved, he'd called her beloved.


... Someday someone will tell me this too...

Giras! Também quero em branco e em preto! Pleaseeeee!

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010


Vai ser uma noite fantástica, já sei. Mesmo que não corra como planeado, não importa. Estarão lá as pessoas mais importantes, sem dúvida. O entusiasmo da S. na organização do meu aniversário faz-me sentir bem. Faz-me sentir querida. Faz-me sentir que é por isso que gosto assim muito dela. Porque me torna especial, como se eu fosse uma verdadeira cinderela numa história bonita com dias de finais felizes. É a melhor prenda que me podia ter dado. Porque é sincera e verdadeira, como só ela sabe ser. Não lhe vou poder dar beijinhos para lhe agradecer porque ela não gosta dessas coisas. Mas queria dar muitos e muitos porque derrete-me ter uma grande amiga assim.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010


Perdida nas horas de almoço, nas palavras dos outros como se fossem minhas. Não era capaz de viver sem livros, sem o cheiro do papel, sem as palavras. Sem as meras conjugações de frases que me inflamam a imaginação e me levam para outro mundo. Estou cá sem estar. Num mundo meu, só meu, que repito quantas vezes quiser. Quantas me apetecer até enjoar. Porque não há melhor que ler nas palavras dos outros histórias que não são nossas, mas que nos transportam para o infinito mundo das sensações bem sentidas.

O que é afinal a amizade?


Gostava realmente de saber a resposta porque a pergunta não é retórica. Imaginando que há uma pessoa irresponsável, que teima em desperdiçar as imensas capacidades que tem em não fazer nada, que não ouve ninguém e se limita encolher os ombros aos que lhe tentam abrir os olhos, que se deixa enrolar numa inércia absolutamente assustadora em que única forma de fugir à letargia é ir para os copos todas as noites com dinheiro que não tem, de trabalho que não encontra… eu gostava mesmo de saber: quem são mais amigos? Os que continuam a apaparicar o problema e a dar-lhe presentinhos lindos? Ou os que se chateiam à séria e o tentam fazer sair disto?
Eu voto pelos segundos, até porque adoro a pessoa em questão. E, precisamente por gostar muito, mas mesmo muito dele, revolto-me, insurjo-me, chateio-me. Enervo-me com aqueles que se dizem amigos mas que optam pela via mais fácil que é a de ter pena. Porque esses pretensos grandes amigos não olham para o problema de frente. Talvez lhes doa, como a mim me dói, mas optam por resolver o curto prazo, sem se aperceberem que gostar de uma pessoa é agir muito mais profundamente que isso. Que gostar de uma pessoa não é fazer-lhe as vontadinhas todas, que gostar de uma pessoa às vezes obriga a decisões duras, que gostar de uma pessoa é saber mostrar-lhe que está errada mesmo que isso implique uma dor imensa no coração. A amizade não é passar a mão cinicamente pela cabeça, é abanar o outro. É chamá-lo à razão. É dizer-lhe que está errado em vez de mostrar piedade.
Ou talvez não. Pela lógica destes amigos quem está errada sou eu que me recuso a contribuir para prendinhas desnecessárias que desajudam mais do que fazem bem. Tudo isto me enerva profundamente – talvez por gostar ainda profundamente da pessoa em questão. Porque estou lá por ele. Sempre estive e sempre estarei. Mas estou lá para ajudar e mover meio mundo pela pessoa absolutamente maravilhosa que é se isso significar que a vida dele anda para frente, não para alimentar uma preguiça inata que não o deixa evoluir. Para isso não contem comigo. Nem hoje, nem nunca. Quando gosto, gosto muito. E faço tudo, mesmo que o resto do mundo não compreenda a minha maneira de gostar.

Estar feliz. Quando se tenta mesmo, consegue-se! Mesmo que lá fora chova...

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Mensagem da S.


"Olá miúda. Hoje é o primeiro dia da tua última semana com 30 anos. Aproveita!"


Resposta à S.:

"Se os 30 foram bons, os 31 vão ser bem melhores!"

Tardes às vezes tristes


Há neuras e neuras. Mas ontem não era o caso. Estava mesmo triste. Já me resignei que o passado não volta e nem eu queria que voltasse. O passado ‘mais passado’ sim, o passado ‘menos passado’ não. Mas faço por fazer de conta que nada se passou só para me sentir um bocadinho melhor. Tal fazer de conta não me impede de levar uma bofetada inesperada de vez em quando, como ontem. Não tanto pelo efeito do que ausência dele tem em mim – porque essa já aprendi a enterrar lá no fundo sem margem para voltar à superfície – mas pelo que causa nos outros. Porque há quem não finja as saudades tão bem como eu. Ou os remorsos do que deixou por fazer. Também os tenho, sei que são vãos. Fiz tudo o que estava ao meu alcance, mesmo que muita gente me dissesse que era demais (o que muitos tomaram por coragem eu interiorizei como a maior prova de amor que lhe poderia ter dado: querer que vivesse mais do que o próprio queria). Os olhos dela ontem mostravam remorso. Remorso do que deixou por fazer. E fiquei sem saber como reagir. Levou flores e chorou em silêncio. E aí fez-me sentir mal: já tomei dores de não foram minhas e a acusei de coisas que lhe fez a ele e não a mim. Mas só ontem mesmo percebi que está perdida num poço sem fundo: o da perda. E eu faço o quê? Não sei como reagir. Estou mais habituada a acusá-la de egoísmo e lhe ter condicionado a vida – não estou preparada para a ver sofrer. Não quero. Mas a imagem não me saiu da cabeça. Enfim, questões demasiado complexas para um domingo de chuva. Não passaram. Gritavam-me na cabeça. Hoje optei por não pensar nisso. Uma vez li: “Aprender a viver com a morte de alguém é como viver com uma doença incurável. Está sempre lá, mesmo que não se veja.” A ele eu já não o vejo, mas a dor que a perda dele causa nos outros é-me ainda insuportável.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Acordar com chuva

Nada como ir a cozinha a correr e voltar para a cama com uma chávena de café quente. Enrolar-me nos lençóis e continuar a ler o nono romance de vampiros, seguido. Fechar os olhos quando me apetece e sonhar com coisas bonitas. Sem horas para me levantar. 

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Vontade urgente


Preciso urgentemente de um dia de sol. De um piquenique na praia. Do cheiro da alga salgada. Da areia a magoar-me os pés. Do cheiro da maresia no cabelo. De fechar os olhos e fazer planos para o próximo verão. Já este fim-de-semana.

E porque não?



Começar de novo. Faltam nove dias para os 31. Ficar com as histórias do passado e olhar só para o que está para lá do horizonte do futuro. É só isso que quero. E deixei de ter desculpa para não o fazer. Sorrir, rir, chorar, amar… até odiar. Tudo o que seja preciso para por o meu coração a bater de novo. Como se fosse uma caixinha de música. Ele está cá. É só preciso dar-lhe corda.