segunda-feira, 31 de maio de 2010

cenas da vida de um jornal - episódio 6


só para avisar que cortei oficialmente relações com a impressora antes que me dê uma coisinha má!
deve ser um problema pessoal comigo, de certeza. só pode. porque nunca, mas nunca, consigo imprimir o que quero à primeira. ou encrava, ou não tem papel, ou desliga-se, ou o raio que te parta pá! a tua sorte é que pesas 350 quilos senão já tinhas voado pela janela. assim não há condições. a partir de hoje tenho de andar quase um quilómetro para ir buscar uma folha, mas seja. o melhor que posso fazer é ignorar-te.
estúpida! vê lá se um dia destes não te acontece um azar daqueles e morres para o mundo mais cedo do que era suposto. vê lá.

queres ir comer um gelado?


sim, porque sim. sim, porque me apetece. sim, para ver se acordo. sim, porque é bom. sim, porque me apetece estar contigo. sim, porque já me falas em beijos com sabor a chocolate e a limão. sim, porque parecemos miúdos outra vez. e eu gosto.

posso pedir um desejo hoje?

não é nada assim de muito complicado...

ponto de situação

estou em crer que certamente há pessoas que já foram atropeladas por camiões TIR que não ficaram com uma dor de cabeça tão grande como a que tenho hoje. mas o que é que se passa?! (como se eu não soubesse...)

não andasse eu tão enjoativamente bem disposta e já estaria à beira de um ataque de nervos. assim sendo, só me dá para rir e para suspirar pela minha caminha tão linda e bonitinha onde logo vou morrer para o mundo.

uma noite sem palavras





quando digo à S.: 'tenho medo, quero fugir. o universo deu-me o que eu queria mas não sei se consigo transformar os pedidos em realidade'... e ela me pega na mão e me diz: 'não te vou deixar fugir'... fico sem palavras. como é que eu podia viver sem ela? não podia!

domingo, 30 de maio de 2010

fazer parar o tempo



não me lembro de ter adormecido. só de ter acordado dentro dos teus braços. a dares-me beijos no cabelo. e muitas coisas na minha vida, e dentro da minha cabeça, começaram a fazer sentido. conseguimos parar o tempo como queríamos. e deixar de respirar um para o outro. e voltei a adormecer, porque estavas ali.

fugir para longe








Metíamo-nos os dois num avião. Tu pilotavas. Eu perdia-me dentro de um sonho. E fugíamos os dois. Vamos?





(Pousada Maravilha, Fernando Noronha)

sábado, 29 de maio de 2010

sábado de manhã

Nada como ir comprar lingerie com a minha mãe. É delicioso vê-la a disfarçar o ar de "céus-que-tenho-uma-filha-desavergonhada-e-a-quem-é-que-ela-pensa-mostrar-aquilo-e-porque-é-que-eu-não-fiquei-em-casa-que-há-coisas-que-preferia-nem-saber". Adorei. Fiquei com a certeza que ela agora já não duvida que eu estou perdida para o mundo. Perdidinha da vida. Ah pois estou.

jake filho, tu estás lá!


Um rapazinho com muiiita graça. Gosto assim... de tudo. Pronto. A adolescente que há em mim fica suspirar pelo piqueno. Não me lembro de nenhum filme em que tenha entrado, para além dos Homens-Aranha (que obviamente não vi, porque tenho pavor às ditas cujas) e de outro de guerra em que adormeci a meio, mas isso agora também não interessa nada. A outra louca não tem um poster do Kofi Annan no quarto? Acho este bem mais interessante. Mas gostos não se discutem.

até parece que namoramos as duas

Às vezes dói termos de dizer aos outros o que sabemos que os vai magoar. Mesmo que queiramos minimizar o efeito, é melhor deixar a bomba cair. Porque faz abanar. Se calhar faz pensar. E é tudo menos ingratidão. Sê-lo-ia se fosse dito de forma leviana.
Não é o caso. Já sabia que as minhas palavras iam ter o efeito que tiveram. Se não gostasse tanto de ti e não soubesse tão profundamente uma parte do que tu sentes, não as teria dito. Estava à espera que reagisses mal, que te virasses contra mim.
E depois fiquei à espera. Custou dar-te tempo. Custa sempre. Mas tem de ser. Precisavas do teu espaço para assimilar algumas coisas que eu tinha dito. E isso eu já aprendi a respeitar, porque descobri que os timings das pessoas são diferentes e, na maioria das vezes, incompatíveis com os nossos.
E se tiver de voltar a ser, seja. Gosto demasiado de ti para ter deixar cair só mais um bocadinho. És uma teimosa, cheia de mau feitio que eu adoro. Mas eu também sou. Já te tinha dito que tinha metido na cabeça que eu ia ser feliz, o que não te disse foi que tu também vais.
As amizades são assim. Não posso ser só eu a acreditar no príncipe encantado como metáfora de tudo o que de bom ainda podemos viver. Tu também vais ter de acreditar em muita coisa que agora duvidas.
Tu proteges-me numas coisas e eu protejo-te noutras. O ano e meio que te levo de avanço nunca fez de mim uma ganhadora, deixou-me foi muito mais preocupada contigo. Pelo que se sente e nem é preciso dizer.
Entendidas?

...

"Foge daí senão tenho que te raptar. Beijinhos daqueles que me deixam sem respirar. Tenho saudades tuas. Muitas"

(eu também...)

sexta-feira à noite

Polvo no forno com cogumelos selvagens, pimentos e batata doce, acompanhado de um excelente vinho tinto. Me and R., like good old times.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

para o fim-de-semana

In a mellow tone
Feelin' fancy free
And i'm not alone
I've got company
Everything's ok
The live-long day
With this mellow song
I can't go wrong

In a mellow tone
That's the way to live
If you mope and groan
Something's gotta give
Just go your way
And laugh and play
There's joy unknown
In a mellow tone

Delicatessen , In a Mellow Tone

cenas da vida de um jornal - episódio 5


O exemplo vem de cima?
Então é só para avisar alguém (nem eu sei bem quem) que o meu chefe está de pé, em cima de uma secretária, a ensaiar tacadas de golf com uma corneta da vuvuzela.

quinze minutos de táxi

Fiquei a saber:

Que senhor taxista – Carlos Miguel, pois claro (!), com o dito fio de ouro ao pescoço – tinha adormecido três horas e que ‘a patroa’ não o acordou;
Que se despachou em 15 minutos. Atenção: só lavou a cara e os dentes. Agarrou na máquina de barbear portátil e aproveitou para lhe dar uso quando chegou à praça;
Que a culpa de tal sucedido foi da troca de telemóvel “porque oiça (!) os Motorolas mesmo sem bateria conseguem assim um bocadinho mais de bateria para o despertador, né?! Mas agora oiça (!) tenho um Samsung que não faz nada disso”;
Que amanhã vai ter uma despedida de solteiro, mas está tudo muito mal combinado. Anda um homem a querer ir ver strip e afinal marcam-lhe uma cartada e nada de gajas a despirem-se;
Que ‘a patroa’ abriu recentemente um salão de estética com uma sócia que está a mudar de casa e diz que não se importava de ir à festa amanhã também: “Oiça (!) se ela quer ver uma strippér a roçar-se no homem dela não tenho nada contra”
Que o gasóleo das bombas de Linda-a-Velha não valem um chavo e que aproveita os vouxês – sim, atenção, muita atenção, vouchers pronuncia-se vouxês! – do Lidl que a sogra lhe dá para ir atestar a viatura na BP;
Que tem uma carrinha Opel – oiça (!) novinha! – mas que não está para dar dinheiro à ladroagem do stand oficial só para lhe mudarem o óleo e por isso falou lá com um amigo que lhe ensinou como é que se faz sem ir à marca.

Sou sem dúvida uma mulher muito mais esclarecida. Tenho dito.
Mas tenho por acaso cara de quem está interessada? Tenho? Tenho?
É impressão minha ou estas coisas só me acontecem a mim?

sonhos acordados


Ontem adormeci com "Não sei se vou dormir.. e se amanhã acordo e é quinta-feira outra vez? E se os nossos beijos foram um sonho?"
Hoje acordei com "Afinal é mesmo sexta... Não foi um sonho a dormir, foi um sonho acordado"

Nem ele imagina o bem que me faz. De todos os sonhos que possa ter, este não sei se terá. Se sonhasse o quanto faz a menina feliz. Quem anda a viver dentro de um sonho sou eu.

Ele: Um dia destes vamos voar os dois?
Eu: Vamos.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

breathe in, breathe out

Tragam-me o saco que estou a hiperventilar furiosamente!

Eu: “Então como está o meu dentista preferido? Amanhã jantamos onde caríssimo?”
Ele: “Estou óptimo! E a menina? Amanhã logo decidimos… mas já comprei uma bola para jogarmos na praia no sábado! E não é de bola de Berlim sua gorda. Beijinho”

Parou tudo! Desculpe? Como disse? Importa-se de repetir?
1. Mas eu vou para onde no sábado?
2. Para aquela praia em que é preciso um elefante para me transportar por entre uma densa selva e um caminho inexistente, com descidas a pique?
3. E vou lá jogar à bola? Espera lá… jogar à bola? Eu? Euzinha?

Foi engano de certeza. Mensagem não era para mim. De certeza que não era. E eu ia já aqui morrendo de coração com uma falha da tecnologia.

não há paciência para mim!


Ando a desenvolver hábitos caricatos - para não dizer mesmo ridículos e no mínimo infantis - nos últimos tempos e um deles é adorar aqueles segundinhos de suspense antes de uma coisa boa. Assim como quando se recebe um email ou uma mensagem que estamos à espera? E em vez de ver logo fazer ali um compasso em que fico com um sorrisinho parvo a imaginar o que lá estará escrito? Tipo criança pequenina? É mais ou menos isso.

(é totalmente parvo porque já me aconteceu perder-me a imaginar o que estaria lá escrito... de tal forma que me esqueci mesmo de ir ler... enfim, nada a fazer. Que enjoooo!)

sobre as palavras

Eu também já fui daquelas pessoas que achou que o sofrimento nos aprofunda as palavras. Que a dor tem essa dimensão mágica de nos fazer ser mais nós e expressar-nos de uma forma mais profunda. Que nessas alturas as palavras nos saem quando querem, ganham vida própria, juntam-se e multiplicam-se em frases que escapam a quem as escreve e têm a profundidade de tocar o que é importante. Era das que achava que nunca tinha escrito tão bem na vida como quando andava em dramas adolescentes shakespeareanos, à beira da loucura e de largar tudo por um grande amor. Porque a vida era demasiado limitada para abarcar tudo o que eu sentia. E que jurava que mais ninguém sentia. Porque o que eu escrevia ganhava uma dimensão homérica e quase me sentia identificada com todos os grandes sofredores deste mundo.

Agora já não sou assim. Tudo isso já não importa. É até bastante patético porque o que se escreve dessa forma não passa de uma encenação para nós mesmos. Porque quem acha que a profundidade da dor aumenta a complexidade das palavras engana-se. Uma palavra será sempre uma palavra. Com a diferença de a escrevermos para nós ou para os outros. E quando sofremos escrevemos para os outros. Disso não tenho eu dúvida e não há quem me convença do contrário. Por muito que digamos que não, que é apenas desabafo, que são apenas insónias. Não é.

Não escrevi uma linha quando o meu pai morreu. Foram quase dois anos a debitar palavras em piloto automático. Tanto as podia escrever acordada ou a dormir. E só por trabalho. Nunca sobre o que se estava a passar. A dor já em si tão avassaladora que as palavras se tornam redundantes naquilo que não se quer ver nem sentir.

E depois quando se fecha um ciclo de vida e se inicia outro é como começar do zero. Deixei de escrever sobre as coisas tristes porque não vale a pena. Não eu própria as quero ler. Gosto de deixar em palavras as recordações. De falar com quem não está. De atirar cá para fora todas as dúvidas que me vão na cabeça. Todas as coisas bonitas que acontecem. Todas as esperanças e sonhos que temos e partilhamos. Porque a vida é feita disso.

No dia 5 de Junho de 2008 descobri que já não tinha nada a perder. Porque deixei de ter tudo o que tinha. Perdi o norte e o sentido. Assim sendo, só poderia mesmo ganhar. Nem sempre é pacífico, mas é sempre um caminho que se faz. E se continua a fazer. E, surpreendentemente e assustadoramente, só depende mesmo de nós.

Como sou teimosa meti na cabeça que ia ser feliz. E agora descobri que sou. Com tudo o que tenho e não tenho. Com todas as felicidades e desesperos. Com todos os que me rodeiam e os que estão ausentes. E, curiosamente, é precisamente agora que me apetece mais escrever. Mais e mais. Nem que seja para dizer sempre o mesmo. Não importa o que pensa quem lê, importa o que eu sinto quando escrevo. Porque as palavras são minhas e para mim.


eram 7h da manhã

O dia começou com o primeiro banho de imersão lá em casa, com Delicatessen como banda sonora de fundo. Seguido de creme brilhante da Marc Jocobs que cheira deliciosamente e guardado para ocasiões especiais. Meia-hora a enrolar o cabelo. Café na varanda a ver o sol a brilhar lá fora. Vestido preto e saltos muito altos. Sim eu quero, eu mereço, eu posso mimar-me. E estou a começar a ficar com umas ligeiras borboletas na barriga. Ligeiríssimas. Se calhar até é só impressão minha.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

agora é assim...

Estaciono o carro na empresa de manhã... "Miúdaaa! Viste a bolsa?"
Levanto-me para ir beber água... "Miúdaaa! Viste a bolsa?"
Estou a almoçar... "Miúdaaa! Viste a bolsa?"
A meio de uma chamada telefónica... "Miúdaaa! Viste a bolsa?"
À saída da casa de banho... "Miúdaaa! Viste a bolsa?"
A arrumar as tralhas para ir para casa... "Miúdaaa! Viste a bolsa?"

... ... "Sim vi! Estou sempre a vê-la! Mas posso ao menos fazer xixi sem pensar no PSI-20? Posso? Assim só de vez em quando?!"

chata, pá!

Viro-me eu para a S. "Ah e tal... pronto... vê lá tu a parvoíce... até parece que estou com saudades do aviador...", para ouvir um assertivo "Não me digas!? Já tinha percebido isso há séculos!" E com esta me calou. Não há como aqueles amigos que topam à légua aquilo que nós só aos poucos vamos trazendo à consciência.

um beijo enorme para alguém em Cabo Verde

Há pessoas que entram na minha vida e não saem. Só muda a forma como nos damos ou aquilo que representam. Não gosto nada de cortar com o passado quando as recordações são boas. Não penso de uma forma saudosista - porque se viveu tudo aquilo que se tinha a viver e ainda bem - mas como uma benção a possibilidade de conhecer pessoas interessantes e bonitas e continuar a tê-las sempre no meu mundinho.
Tenho um ex-namorado predilecto. Que continua a ser uma das melhores pessoas que já conheci. Tem um futuro brilhante pela frente e soube agarrar agora a oportunidade que lhe surgiu. Nem esperava outra coisa dele. Ir morar para longe não deve ser fácil. Mas sei que os doze meses que vai passar em Cabo Verde serão o princípio de uma vida que merece e vai ter.
Que tudo te corra bem cigano. Do fundo do coração.

hello sunshine

Hoje acordei embalada com as mensagens dele. Que diziam que não queria acordar para me encontrar nos sonhos. E o meu sorriso ficou um bocadinho mais derretido.

terça-feira, 25 de maio de 2010

esta noite vou conviver

Dia dos vizinhos. Ou melhor, noite dos vizinhos. Que é como quem diz vamos lá sair dos nossos casulos e olhar um bocadinho para quem está à nossa volta. Quem vive ali colado a nós. No mesmo prédio, na mesma rua. Um rosto de passagem, muitas vezes sem nome. Mas com histórias para contar. Com sonhos, com ideias, com projectos, com vidas.

O importante é falar e olharmos à nossa volta. Dar um nome aquela pessoa a quem dizemos automaticamente bom dia e que nos esquecemos dois segundos depois (normalmente só nos voltamos a lembrar-nos dela quando nos incomoda ou quando o acaso da vida nos faz precisar por algum motivo).

Hoje reúnem-se os vizinhos em Alfama. Eu como sou de um bairro histórico de uma colina ao lado – uma vizinha um bocadinho mais afastada pronto - tive a honra de também ser convidada.

(Nisto de relações com a vizinhança, não sou o melhor dos exemplos. Só conheço a minha vizinha de baixo, pois claro! Que deus-nosso-senhor quer que tenha ouvidos de tísica mesmo com 80 e muitos anos e me faz andar em bicos de pés pela casa, não vá a senhora lembrar-se novamente de me voltar a tocar à porta a um sábado às 9h da manhã para reclamar do barulho da noite anterior. E ainda dizem que os idosos não têm saúde.)

...

Sorrio quando me diz: tirei agora um minuto para mim mesmo e para o que gosto... e isso é falar contigo e ouvir-te, o que sabe absolutamente bem. Sabes, este fim de semana pareceu que nunca mais terminava, e senti sempre que faltava o barulho do toque de mensagems do telemovel, das nossas pequenas conversas.

conversas ao almoço

Quando depois de ir para a cama com uma mulher um homem lhe diz:

"És maravilhosa. Adoro-te. Deixas-me louco. Ao pé de ti perco completamente o juízo. A nossa noite foi absolutamente indescritível, mas... (e há sempre um mas, senão nem havia espaço para uma conversa deste tipo)... sinto um grande aperto no peito, é a primeira vez que traio a pessoa com quem vivo, tu deixas-me louco mas tenho de pensar no meu filho, não é que não te adore mas não me pressiones e não posso tomar assim uma decisão repentina e a quente, se calhar o melhor é darmos um tempo. Claro que não quero perder o teu contacto, mas se estiver ao pé de ti não te resisto."

Para mim - e se calhar é mesmo só para mim e sou eu que ando a ver o filme ao contrário - é até uma forma muito óbvia e explícita de dizer: "Desculpa lá querida, foi uma grande queca pois claro, mas tenho a minha vidinha feita e não estou para abdicar dela. Não queres ser a amante? Então adeus."

Mas se calhar é só mesmo para mim. Porque duas semanas depois deste diálogo, a rapariga em questão ainda suspira e o desculpa: "Pois coitadinho, ele queria tanto mas não me resiste. O problema é nós vermo-nos, porque se nos virmos começa tudo outra vez. Diz que a culpa é minha e que não me resiste"

Ah, espera lá.
Mas ele propôs-te que se vissem? Não.
Disse que estava disposto a mudar de vida por ti? Não.
Queria pelo menos tentar perceber se o que sente é mais alguma coisa para além de atracção? Não.

Bom, então desculpem-me mas não consigo perceber esta mania absolutamente masoquista de algumas mulheres em se culparem pelo que não têm culpa nenhuma. Apaixonar-se por um traste pode acontecer a qualquer uma. Desculpá-lo depois de ele ter caído fora e ter mostrado claramente que não estava interessado é que já não é para todas. E felizmente. Não me venha com a desculpa que é do signo, que eu sou do mesmo signo que ela, já fiz muitas asneiras na vida, mas nunca me humilhei tão explicitamente desta maneira.

(e não, esta conversa não com nenhuma amiga minha. Porque se tivesse sido com uma amiga minha, já a tinha metido num duche de água fria a ver se a acordava para a realidade. Foi mesmo com uma amiga de uma amiga, e assim sendo calo-me)

sobre os sonhos

Tenacidade: s.f. Estado do que é tenaz. Fig. Apego a uma ideia, a um projecto; persistência

Não sou eu que o digo, é o dicionário. É aquilo que nos faz agarrar aos nossos sonhos mesmosquando se atravessam pedras no meio do caminho e se abrem precipícios que nunca imaginámos. Aos nossos sonhos e àqueles de quem mais gostamos. Quando são os nossos temos de nos obrigar a andar para a frente; quando são os das pessoas que amamos temos que lhes dizer que nem pensem em desistir porque agora é tarde demais.

Quando se conta o nosso sonho a uma pessoa que gosta de nós, o que se recebe em troca é que esta não nos deixa desistir. Mesmo que isso nos passe pela ideia. E é isso mesmo que eu vou fazer minha querida S. e tu sabes. Em todas as encruzilhadas há um caminho certo a seguir. Mesmo que este não seja evidente ao princípio. Mesmo que isso implique termos de refazer as nossas ideias e pressupostos. Mesmo que isso implique lamber feridas que não estavamos à espera que outros próximos de nós abrissem.

Agora é tarde para tu desistires. Porque eu sei. Porque os garçons sabem. Porque a tua mãe sabe. Porque outras pessoas sabem. Porque o teu sonho deixou de ser só teu. Para ser um bocadinho nosso também. Só porque gostamos todos assim muito muito de ti. Há pessoas que não escolhemos na nossa vida, mas daqueles que tu pudeste escolher, há quem esteja sempre lá por ti. E nos últimos dias têm-te dado grandes provas disso.

Porque o que menos importa é o que está escrito no papel ou as figuras da imaginação. O que mais importa sim, no meio de tudo isto, é o abrir de uma outra vida. Não é exactamente como estava no papel? Não faz mal. Terá um outro sabor quando for exactamente como queres.

Já sabes meu amor que por ti passo o resto da vida de avental na cozinha, a fazer tartes e empadas noite dentro. Era o mínimo que poderia fazer, depois de tudo o que tens feito por mim. Ah, não te esqueças é do copo de vinho... e bora lá! Não há nada que tu não consigas.

figura de tonta

Quando uma pessoa se ri para o telemóvel e para o ecrã do computador, com um ar de eternecida felicidade, com aquele sorrisinho amarelo que lê e relê dezenas de vezes o que está lá escrito, isso é o quê? Vá o quê? É uma tonta a fazer figura de parva.
E é assim que eu tenho andado nos últimos dias. Mas derreto-me quando o aviador me manda beijos e diz que tem saudades minhas. Que o fim-de-semana lhe pareceu interminável na minha ausência. E que os cinco minutos de descanso no trabalho são para falar comigo. E assim me vai conquistando.
Estou a ficar fã de pequenos-almoços na cama, mesmo aos dias de semana. Muito mesmo!

segunda-feira, 24 de maio de 2010

e de futuro, eu serei gorda

Passo os dias a pensar na futura boulangerie da S. Já me sinto a engordar só com o pensamento. Para já ando a fazer de cobaia de tábuas de queijos, doces e vinhos. Vida complicada a minha, esta de ser muito amiga dela. Vida muiiito complicada mesmo.

globos de ouro 2010

E foi assim:
1. Ainda mal tínhamos chegado e já a S. se candidatava a um valente trambolhão na passadeira vermelha, estilo Cannes, que era para marcar bem a nossa presença;
2. Tentámos juntar-nos à mulher do Jusualdo Ferreira para conseguirmos encontrar um cantinho de fumadores (sim, pronto, ignorei a proximidade com o FCP, valores mais altos se levantavam) mas fomos barradas pelas manas Ronaldas ao seu estilo mega piroso pseudo chique que nem vale a pena sequer comentar (se o vosso mano Cristiano me desse 1/3 do que vos patrocinou nos vestidos eu vos digo como o gastava);
3. Tentámos beber um copo de vinho no bar, mas não aceitavam cartões... e com garrafas de água a dois euros, vão mas é roubar para a estrada!
4. Vimos uma senhora com uma saia de avestruz multicolorida e a Rita Ferro Rodrigues que mais parecia uma lontra enrolada num trapo às cores;
5. Constatámos que o Diogo Infante continua igual a si mesmo - e quanto mais velho melhor. Aliás, fizemos partilhas logo ali: eu fico com o Mourinho, a S. com o Clooney e o Infante. Ela não gostou da divisão, mas agora já não há nada a fazer;
6. Delirámos com os casalinhos anónimos pseudo queques que nem olham uns para os outros e passam o tempo todo em silêncio a mascarem pastilha elástica como se estivessem a apanhar a seca da vida;
7. Rimo-nos com a notória falta de poder de encaixe da Barbára Guimarães de cada vez que lhe falhava o teleponto. Já faz isto há tantos anos e ainda não atinou a improvisar;
8. Constatei que durante os meus anos de Cosmopolitan entrevistei metade daquela gente que por ali se pavoneava e que continuavam iguais a eles mesmos: sem interesse nenhum (excepção feita à Daniela Ruah: estúpida de gira a miúda! E com umas pernas do melhor!);
9. Vimos como a Ivete Sangalo engoliu um balão e ao Pedro Abrunhosa ninguém teve coragem de dizer que aquelas calças definitivamente lhe ficavam muito mal;
10. Fomos atacadas por um grupo de adolescentes cravejadas de borbulhas na cara que se sentaram atrás de nós no melhor estilo Bershka girl (e que nos levou a perguntar de onde teriam vindo, como e porquê? Mas estavam a angariar miúdos lá fora só para preencher os lugares vazios?!);
11.Pirámo-nos ao primeiro intervalo e pisei duas vezes a cauda do vestido tigresse da Patricia Bull porque ninguém ensinou à menina que era mais fácil andar se a segurasse na mão;
12. A S. esticou-se para apanhar um táxi à la Sex and the City, mas os taxistas lisboetas são mesmo umas bestas do pior e lá tivemos de ir até à praça de táxis sem glamour nenhum;
13. Acabámos a noite em casa dela a ver os globos na televisão e a comer tostas com queijo curado e doce de cenoura.

mafalda pinto leite

Pediram-me uma vez para entrevistar a Mafalda e não podiam ter feito melhor pedido. É simpática, gira, amável e com um mundo imenso de histórias para contar, dos resorts onde trabalhou no Hawai, do Chez Panisse na Califórnia, passando pelo restaurante do Jamie Oliver em Londres e as tardes gastronómicas numa livraria para crianças em Notting Hill. Estivemos horas à conversa. De vez em quando ainda nos cruzamos, porque temos o hábito de tomar o pequeno-almoço no mesmo sítio, ao sábado de manhã. Já me disse que me enviava o novo livro. Fico à espera! Porque os anteriores são maravilhosos e têm dado um jeitão imenso para jantares lá em casa.

que moleza.....


Hoje não há café que me acorde. Estou com uma moleza absolutamente inexplicavel. Quase que matava por um pequeno-almoço tradicional numa qualquer herdade alentejana de turismo rural, seguido de um dia inteirinho deitada a apanhar sol, a ler e a dormir. Ideal de felicidade a uma segunda-feira de manhã.

domingo, 23 de maio de 2010

mas o Expresso sai ao sábado?

Cenário: Meco. Eu deitada na areia a preparar-me para uma bela sesta.
E diz o R ao S.: eh pá dá-me aí o saco do Expresso, se faz favor.
O S. levanta-se e dá-lhe o jornal, sem se coibir de comentar: ah que giro, o jornal vem num saco de plástico.
(silêncio)
E o S. continua, entusiasmado com a descoberta: ah e sai quantos dias por semana?
(silêncio)
Antes que as perguntas se tornassem mais complicadas, o R. resolveu esclarecer o amigo: pois pá, vem num saco e só sai ao sábado... mas não te preocupes que não é há muito tempo... só desde 1974!
O S. não desarma: nessa altura eu não era nascido.
A conclusão: pois, é por isso mesmo. Está tudo explicado.
Já foi eleito o diálogo do ano!

primeiro dia de praia

Pronto então foi assim:
No meu primeiro dia de praia à séria (para mim ir para a praia é ir alapar o rabo numa esplanada com vista para o mar e passar o dia a petiscar e a beber, mas ontem ir para a praia significou de facto pôr os pés na areia e estender a toalha e essas coisas todas) deparei-me com maminhas e pilinhas ao léu. Sim, isso mesmo. Não como vieram ao mundo, porque nessa altura eram certamente mais bonitas do que aquelas que  vi ontem, mas bastante despudoradas. Mê-dooo!(A mim não me incomoda nada. O meu biquini branco não saiu do sítio, nem era suposto. Agora tive pena pois todas as pessoas nuas que vi eram para lá de muito feias. Os bonitos estavam vestidos. Porque será?... A reflexão ocupou-nos metade da tarde).

O azul do mar era absolutamente claro. Maravilhoso. Como há muito não via. A vegetação fantástica. Cenário de ilha deserta em filme americano... mas que me custou horrores porque o caminho para lá exigiu-me a descida a pique por uma falésia que não lembrava ao diabo mais velhaco. Para baixo fui transportada, para cima fui puxada. Amigos, caríssimos do meu coração, vamos lá ver se nos entendemos: se há coisa que eu não sou é ágil a descer precipícios. Para além de ter o rabo pesado, como puderam constatar. O meu centro de gravidade é atrás, já o meu professor de ski se queixava. Sorte a vossa que ontem ainda levei umas havaianas porque normalmente até para a areia vou de saltos altos e em vez de serem precisos dois para me transportar seria necessário a corte toda.

Finalmente, deixarem-me à mingua, encostadita a uma árvore, enquanto vossas excelências tentam pegar nos vossos carrinhos que tão bem atolados estavam em cima de montes de areia, também não era preciso. A vossa sorte é que não sou complicada e ia de espírito aberto.

De resto, valeu por tudo. Pelo jantar ma-ra-vi-lho-so a ver o Inter de Milão ganhar a Liga dos Campeões, a falar de futebol, a recordar os tempos do Euro 2004 e da Alemanha em 2006 e de como certas pessoas que eu conheço foram a Fátima acender uma vela pela Selecção... não fosse a Nossa Senhora do Caravággio não ser suficiente.

E assim se passou o primeiro dia no Meco.

as minhas calças são o quê?

A S. apelidou as minhas calças pretas (que para mim, que sou uma menina do antigamente, já são demasiado radicais e a puxar à pseudo-intelectual de esquerda, daqueles que nem banho tomam) de "transformação sofisticada de um sarwell"... ... lá está confirma-se: nasci burguesa e com a mania das grandezas, nada a fazer. Corre-me definitivamente sangue azul nas veias. Por mais que eu não queira, a S. não deixa.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

expliquem-me lá, assim como se eu fosse muito burra

Mas quem é que vos disse que podiam ter vida própria?!

Esta manhã incendiou-se um computador de uma colega minha. Deitava mais fumo que uma panela de água a ferver. Já o meu ensandeceu: desata a abrir janelas, como se não houvesse amanhã, e não há quem páre o bicho a não ser o meu dedinho a pressionar furiosamente o botão para desligar. E há bocado tive mesmo de tirar a ficha da tomada para lhe mostrar que quem manda sou eu.
Parece-me que o fim-de-semana é capaz de começar mais cedo por estes lados...

de bem com a vida

Hoje acordei quase uma hora antes do despertador ter tocado, e ainda bem. Com a luz do sol a inundar-me o quarto. Com tempo para tomar o pequeno-almoço na cama. Para tratar de mim e mimar-me. E receber uma mensagem de bons dias "à menina mais elegante que eu conheço". Sim é bom estar de bem com a vida. Rir. Sorrir. Aproveitar. Cada minuto. Cada segundo. São os momentos mais simples que tornam a minha vida única. Não é excepcional, mas é a que quero. Deitei para trás as tristezas e encontrei o meu caminho. O espelho já não assusta. Sabes pai, a tua filhota está mesmo muito feliz. Eu sei que tu sabes.

...

Quero encontrar as palavras certas para a noite de ontem, mas elas fogem-me. Porque não quero perder nada. Nada do que ele me disse. Do que me contou. Das histórias. Das gargalhadas. Das recordações. Estava uma noite absolutamente maravilhosa à beira Tejo. O calor de verão transformou um café ao final da tarde num jantar maravilhoso que durou cinco horas. Que mais pareceram cinco minutos. Quando estamos juntos o que mais queremos é parar os ponteiros do relógio. Encontrar um lapso temporal perdido algures. Porque as horas passam depressa demais, os minutos fogem, sem que se esgote tudo aquilo que contamos um ao outro.
Ontem descobri que somos os dois apaixonados por fotografia. Que acreditamos que tem que haver respeito e concessões nas relações. Ele dorme com música de fundo, eu só consigo fechar os olhos com a claridade da noite que me entra pela janela. Explicou-me o que é a magia de pilotar um avião. Do sonho de voar um mês pelo céu dos Estados Unidos. Riu-se com as minhas aventuras entre aeroportos e com todas as histórias que o meu pai me contava de quando andava por esses céus. Tirámos fotografias ao paquete que passou por nós e às acrobacias de um arrastador à frente. Falámos de cruzeiros às Caraíbas.
Perguntou-me se não tinha o hábito de escrever compulsivamente, e confessou-me que também o faz. Para não perder os momentos únicos que se vivem. E sem saber derreteu-me por completo. Porque um homem que escreve está a meio caminho entre a realidade e o princípe encantado.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

mitos urbanos

Existem sim e um deles passou-se hoje mesmo à minha frente, entre duas pessoas que estavam a almoçar na mesma mesa que eu. Ninguém me contou, não ouvi falar, nanana. Ouvi mesmo!

Ele: Então e é para quando a sua menina?
Ela: Desculpe?
Ele: Sim, quando vai ter o bebé?
Ela: Ah mas eu não estou grávida

(... ... ... silêncio constrangedor que eu aproveitei ao máximo para soltar a bruxinha que existe dentro de mim ao esboçar mentalmente o sorriso mais irónico do mundo)

Ele: Ah perdão. É que o seu vestido engana.
Ela: Pois, o vestido engana.

Tendo em conta que não suporto a 'futura mamã que afinal não era' confesso que me fartei de rir sozinha mais tarde. Bem feita que é para não teres esse arzinho enjoado de quem é superior! Pronto sou mázinha, eu sei.

world press photo

O convite do aviador para logo ao final da tarde  irmos ao World Press Photo não podia ser mais certeiro. Eu A-D-O-R-O fotografia. A possibilidade de poder captar momentos únicos, que só se podem repetir na nossa cabeça, é algo de mágico e maravilhoso.
Contei-lhe que um dos dos momentos fotográficos mais bonitos dos meus dias - e que acontece quase sempre - é ter o privilégio de poder ir para o jornal, de carro, pela Marginal, com o Tejo ao lado, e a luz absolutamente maravilhosa que inunda Lisboa logo pela manhã.
Um dos sítios onde eu amava ir era à Índia precisamente por causa das cores. As pessoas que conheço que lá foram voltaram absolutamente fascinadas com as cores tão vivas das roupas, dos sítios, das especiarias, dos mercados, de tudo. Um daqueles momentos que me fazem sonhar é poder imaginar que um dia vou à Índia e que me 'perco' por lá a captar tudo o que os meus olhos alcançarem.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

mimo em dose extra

Ando a ser muito, mas mesmo muito bem tratada.

Quando cheguei hoje de manhã tinha um email do aviador enviado ontem a altas horas da madrugada:
"Já vai longa a noite... e tu já deves estar a sonhar neste instante. Também já me sinto consumido pelo tempo e pelo silêncio que se faz ouvir a estas horas, mas antes de me entregar aos sonhos deixo um beijinho de bons sonhos e ao mesmo tempo um sorriso e um beijinho de bom dia"

Depois enviou-me uma mensagem de bom dia para o telemóvel.

A meio da tarde rematou:
"I always bring a smile, especially when I receive an email from you"

Não sei onde tudo isto vai parar, mas a algum lado há-de ser. Mesmo que fique apenas por aqui já tem o imenso valor de me fazer sentir única. E isso é mais importante que tudo.

como? para onde? Alla Madrid!

Tenho dois 'pecados adolescentes inconfessáveis' que parece que vão treinar juntos. Já me estou a ver de bilhetinho de avião na mão para ir ver um jogo do Real Madrid.

domingo há globos de ouro

Gosto, pois gosto. Mas não tenho. Por isso vai ter que se descobrir outra coisa no armário para levar ao Coliseu este ano. Ainda assim não é justo. Eu merecia ter um vestidinho destes.

cozinhar ou não cozinhar, eis a questão

Então vá lá! A minha relação com a cozinha não é boa nem má, é inexistente. Nem sei dizer se gosto ou não de cozinhar, se tenho jeito ou se sou um traste, porque até agora vivi a minha vidinha inteira rodeada de pessoas que cozinharam para mim: começou no meu pai, continuou nos namorados e acabou nos meus amigos. Agora que sou uma adulta emancipada e independente costumo dizer na brincadeira: "Há quem tenha uma bimby, eu tenho a S." - quem nasceu com o gene da cozinha de autor e em dois segundos imagina um menu requintado e original digno de qualquer restaurante com estrelas Michelin.
Acontece que hoje tenho um jantar lá em casa e a S. - a quem tinha naturalmente adjudicado a tarefa - vai comer caracóis para outra freguesia. Assim sendo, depois de 24 horas a hiperventilar e a folhear os livros maravilhosos da Mafalda Pinto Leite, lá tive umas ideias saudáveis: de entrada taças de salmão fumado, com camarão e salsa; seguem-se lombos de atum braseados com limão e salada variada e, para terminar, morangos com mascarpone.
Vamos lá ver como é que corre! É nestas alturas que ainda consigo ouvir o meu pai a gozar-me: "Que dondoca que esta minha filha me saiu! Não te cases com um homem que saiba cozinhar que não é preciso! Hás-de morrer à fome!" Pois sim está bem, vai lá rir-te da cara de outra, tá paizinho lindo?

ps: ah, o jantar não será para o futuro marido, mas para um grande amigo

coisas que me acontecem...

De vez em quando tenho uns momentos à Pedro Almodôvar que são do mais nonsense que se possa imaginar. Ontem ao final da tarde, estava eu em plena Calçada do Combro à espera da S. - que vinha de eléctrico ter comigo para jantar - quando olhei para uma montra com vários santos. Religiosidades à parte, gosto de imagens. Não sei porquê, mas gosto. Devo ter saído à minha mãe nisso. Aliás tenho uns brincos maravilhosos com a imagem de Nossa Senhora comprados na Pedra Dura há uns anos e que guardo religiosamente. Estava eu a olhar para a montra e a pensar 'Olha que loja tão bonita! E os santos que lindos! Não sabia da existência desta maravilha tão perto de minha casa! Tenho de dizer à minha mãe para cá virmos'. Eis senão quando, fui acordada dos meus devaneios quando sai um senhor da dita loja com um caixão às costas. Parou tudo! Mas o que é que se passa aqui? É que a dita loja com uma montra linda linda de morrer... era na realidade uma agência funerária.