domingo, 15 de agosto de 2010

Eras tu pai?

Ontem ao final da tarde, à sombra de um calor abrasador, daqueles que eu adoro e que tenho tido de sobra nos últimos dias...

Eu: Que estranho!
F.: O que foi?
Eu: Cheira-me tanto, mas tanto, a flores. A pétalas. Não te cheira? É quase enjoativo! Começou de repente.
F.: ... ...Pois cheira, muito, mas não sinto tanto como tu...
Eu: Não sentes?!Como é que é possível se não há vento e se nós nem sequer estamos perto de sítios com flores?
F.: ... ... Mas tu não sabes o que é que isto significa?
Eu: O que significa o quê? Cheirar a flores, como se estivesse com o nariz dentro de um frasco de perfume, sem que as haja no raio de 1 km? Não, pois não sei não.
F.: ... Significa que um deles anda por aí.
Eu: Um deles?...
F.: Ou o teu pai ou o meu irmão.
(Fiquei sem fala e sem me mexer, com sorriso meu parvo na cara.)
Eu: Bom, se por acaso és tu pai então aproveito para te dizer que gosto muito muito de ti. Mas não me faças estas coisas de repente que me assustas.
E o cheiro pura e simplesmente desapareceu. Sim desapareceu. E voltou a cheirar a calor.

Não sou de acreditar em nada. Nadinha. Sou do meu céptico que há. Espíritos. Almas. Vidas passadas. Reencarnações. Acho que são tudo produto da imaginação humana, que é por si só assombrosa, tendo em conta que ainda há uma parte do nosso cérebro totalmente desconhecida - e que, convenhamos não está cá por mero acaso.

O que me move - e tu sabes - desde que tu te foste embora é a certeza - sim, a certeza - de que um dia te volto a ver. Seja onde for. Seja de que forma for. Isso para mim tornou-se inquestionável, mas também não me tira o sono. Pode ser só crença minha para tentar atenuar a tua ausência - pois que seja, ainda bem, tem-me ajudado e muito.

Mas o cheiro a flores. Aquele cheiro. Inesperado. Vindo do nada. Sem uma explicação lógica e razoável. Ou melhor, com uma explicação de senso comum que, pelos vistos, eu era a única a desconhecer. Deixou-me a sorrir. Muito.


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