domingo, 8 de agosto de 2010

sobre um monte alentejano

Eu sei. Já sabia. Agora sei mais. Sempre soube o que querias. O que nunca me pediste. O que não foi falado porque tu já sabias a minha resposta. Sempre soubeste.
E sim. Faço-o por ti. Não sei se por mim. Por mim também porque tu estás em mim. Sempre. Cada vez mais.
A dureza do que vi bastou-me. Magoou-me. Não me fez sentir culpada. Apressou apenas uma resposta que já estava dada.
Quase que te sentia ao meu lado. À espera. A ver-me olhar para o que já foi e hoje não é. A ver-me olhar para o teu sonho a perder-se no tempo. A esvair-se.
Sim quis fugir. Quis. Tu viste. Voltei as costas. Quero vender isto e não voltar a pôr os pés nesta maldita terra que tu impuseste a todos. Mas como posso eu hoje fugir de uma imposição tua quando o que mais quero é ter-te de volta!?
Vou pegar no teu sonho como se fosse a minha vida. Porque parte dele é. E não é para mais tarde. Não é. Não abandono mais o que é teu.
Agora deixa-me arrumar tudo isto dentro de mim e falamos mais tarde. Hoje não. Amanhã não sei. Já falámos o suficiente nestes últimos dois dias. Deixa-me agora com o meu silêncio, pai.

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