quarta-feira, 22 de setembro de 2010

o teu abraço


Naquele momento. Foi aquele momento. É um dos que não me sai da cabeça. Foi um dos que me deu certezas. Certezas a mim. Que precisava para mim. Não sobre ti. Sim as tuas palavras deixaram-me o coração aos pulos. A querer disfarçar. A não te querer mostrar logo tudo. Mas isso foi antes. Aquele momento. Aqueles segundos em que me abracei a ti. Em que pousei a cabeça no teu peito e escondi a cara no teu pescoço e fechei os olhos, atingiu-me. Não estou sozinha. Não. Estou. Sozinha. E aqui não importa o futuro. Não importa o que se venha ou não a passar. Tu consegues o que o meu pai um dia conseguiu: fazer com que não me sinta sozinha. E por isso passei o resto da noite a voltar para dentro desse abraço. Como uma menina pequenina. Não quero falar com ninguém. Só quero estar aqui. E tu rias-te. E de repente veio aquela núvem. Que te ias embora uns dias depois. Não te habitues, disseste-me, não vou estar cá. Mas não me largaste. Ainda me apertaste mais. Querido, a não ter já estou eu habituada. E não é a distância de um oceano que torna o teu abraço mais distante. Agora descobri isso.

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