quinta-feira, 30 de setembro de 2010

parar para respirar


Preciso de descansar. Preciso mas não quero. O corpo quer. A cabeça não. Precisava de fechar a porta de casa. Deixar tudo para trás. Ouvir Delicatessen baixinho. Banho de imersão. Fechar os olhos e esquecer-me do mundo. Aromas. Alguém que me fizesse massagens. Um bom copo de vinho tinto. Mas preciso de tudo isto só para descansar o corpo. A cabeça não. Sinto-me à beira de muita coisa se não conseguir descansar. Quase como se os meus desejos não controlassem aquilo que consigo fazer. As palavras têm-me deixado muito pouco espaço de manobra para qualquer outra coisa. Mas as palavras do trabalho. Se não gostasse tanto delas já tinha enlouquecido na vertigem dos últimos dias. Escrever de manhã à noite. Dormir quatro horas. E voltar a escrever. Os olhos queimam-me. As costas nem as sinto. Só preciso de um pouco de ar para respirar. De uma pausa. De mais nada. Depois recomeço. Com mais gosto ainda. Porque esse não o perdi, nem perderei nunca. Prometo.

Sem comentários:

Enviar um comentário

fatias