sábado, 13 de novembro de 2010

por entre scones no Boulan


Eu escrevo. É um facto. E o que escrevo fica escrito. Isso ainda é uma certeza maior. Já me arrependi de muito que disse, mas nunca do que alguma vez tenha escrito. E hoje comoveu-me. Comoveste-me miúda. Foste buscar aqueles mails. Aqueles desabafos. Tudo aquilo que eu escrevi há tantos anos atrás quando nós éramos tão mais próximas. E mostraste-mos. Claro que me lembro. Achas que me esqueci do que escrevia? Nunca. A vida entretanto fez-nos ir por caminhos diferentes. Mas ter-te à minha frente, frágil, agarrada a um papel, a perguntar-me se a nossa amizade ainda era como eu escrevia, comoveu-me. Apeteceu-me desatar ali a chorar. Não sei que te diga. Sim, a nossa amizade já foi assim. Agora está a tentar ser. Se o que eu escrevi ainda tem significado? Não sei. Está tudo enferrujado. A precisar de ser polido. Mas pode ser que consigamos lá chegar. No entretanto estou cá para o que tu precisas. Disso sabes. Para mais, vamos ter de tentar. Começar do zero outra vez. Talvez um dia te volte a escrever cartas como as que ainda guardas. Ou talvez não. Mas não te preocupes com isso. A amizade é isto mesmo. Se não fosse, não estávamos aqui as duas outra vez.

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