quarta-feira, 9 de março de 2011

para quem se preocupou e me perguntou



Eu por norma só desabafo. Escrevo o que me vai na alma e pronto. Mas esqueço-me que há pessoas do outro lado que lêem e se preocupam. Até porque nem sempre sou explícita e sei que, para quem está longe, as minhas palavras são passíveis de inúmeras interpretações. Por isso, vamos lá: as últimas duas semanas foram mázinhas. Mas foram só uns dias maus. De stress. De ansiedade. De muitos filmes na minha cabecinha de vento. Tudo continua bem quando tem de continuar bem. Nem para mais, nem para menos. Se quando escrevo ponho um mundo e o outro em causa, não quer dizer que 'na vida real' o faça. Em desabafo, para mim, e porque escrevo sobretudo para mim, dou-me ao luxo de todas as loucuras e devaneios, de todos os medos e fantasias. Mas só mesmo por palavras. Não sou tão desequilibrada nos actos, como sou à frente de uma folha em branco, que posso encher de letras e desvarios.

Foram duas semanas em que aprendi inúmeras lições, isso sem dúvida. Para começar, que houve pessoas do passado que me marcaram de forma que não imaginava - e não pela positiva. Foi uma espécie de identificação de receios escondidos. E nada como conhecermos melhor os nossos pontos fracos, para conseguirmos lidar com ele. Em segundo lugar, percebi que nem sempre consigo ganhar distanciamento nos meus problemas e que, ansiosa como sou, resvalo muitas vezes entre os oito e o oitenta, quando a vida não tende a caminhar para extremos, muito antes pelo contrário. Segue uma via, com uma ou outra oscilação. Por último, que tendo a focar-me de forma excessiva na pequena imperfeição, esquecendo um quadro inteiro digno de ser visto e apreciado. Pois esta fui eu, durante os últimos quinze dias.

Quem precisava de me acalmar já me acalmou. (Não é muito difícil de adivinhar quem terá sido... Aquele princípe semi-encantado que me aterrou na vida há dois meses, sem que eu estivesse minimamente à espera) Tudo está bem quando continua bem. Já levei puxões de orelhas. Mas também já disse o que me ia na alma e na imaginação de vento. A vida nem sempre é fácil e nem sempre corre tudo como queremos, quando queremos. Mas o que importa é que corre.

Pronto, chega. Hoje está um dia lindo de morrer. A menina está muito feliz e bem disposta. As núvens passaram. Siga-se em frente como sempre.

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