terça-feira, 24 de abril de 2012

sobre ligações umbilicais


Tenho algumas. Sim. Sem pudor. Sem problemas de necessidade de afirmação ou consciência. Tenho uma ligação para a vida com o sítio onde trabalho. Com as pessoas. Porque foram elas que me fizeram o que sou. Que me ensinaram. É 'A' escola do jornalismo em Portugal. Do verdadeiro. Do que se faz pelo coração. Pelo prazer da escrita. E de informar. De ser honesto. De fazer o percurso inverso e levar da prática à teoria o que é ser jornalista. Porque é um prazer trabalhar todos os dias com pessoas para quem as palavras e uma missão - a de informar - são mais forte que tudo. Que ainda lutam por ideais, porque felizmente o podemos fazer. Isto nunca vai sair de mim. Está-me no sangue. Na alma. Está em tudo de mim.

Mas, hoje pus o ponto final. Vou-me embora. Para longe. Vou viver a minha vida. Pessoal. E disse-lhes: não vos troco. Por ninguém. Nunca trocaria. E depois chorei. De tristeza. E felicidade. Porque chega a altura em que temos de escolher: e eu escolhi o homem da minha vida. Em detrimento do que é ser jornalista neste país.

Só por um motivo: porque ele é mesmo o homem da minha vida. E porque nunca deixarei de ser quem sou por não estar todos os dias com a minha 'família' das letras. E porque a família das letras me apoiou e me abraçou e se recusou a dizer adeus. E é por isso que gosto de alguns cordões umbilicais. E este fica até morrer.

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