sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

sempre à mesma hora


A pior parte do dia é chegar a casa sem ti. Abrir a porta para o silêncio.
Saber que estás numa cama de hospital. Onde te deixei. Onde todos os dias te busco e te deixo.
Abro a porta para a tua casa. Para as tuas coisas. Mas tu não estás.
Fico ainda mais em silêncio, mesmo sem ter ninguém para falar.
Fazes-me falta por esta partida cruel da vida.
Porque todos os dias luto para continuar a acreditar. Sozinha numa luta quiçá inglória contigo.
Porque os dias passam e nada se atenua. Pelo contrário. Piora a cada minuto.
Mexo nas tuas coisas. Uso os teus sapatos. Visto os teus vestidos. Para te fazer sentir viva. Para continuar com a ilusão que não te perdi para esse mundo onde tu te refugiaste.
Preciso de continuar a acreditar. Por ti. Por nós as duas.

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