
Eu respondo-te:
"O que passei com o meu pai foi muito complexo. Não era somente um pai, porque eu sempre fui a menina do papá. Uma relação muito próxima desde sempre. Até porque eramos iguais em mt mt coisa, e no tempo em que esteve doente era em mim que ele procurava apoio e ajuda. Tudo o que passei levou-me a descobrir o que é na verdade a solidão, o desespero, a dor e a tristeza. No dia em que tudo acabou eu estava no limite dos limites. "Das duas, uma: ou me atiro de uma ponte e vou atrás dele já, ou ando para a frente e um dia mais tarde, quando o encontrar algures, tenho um monte de coisas bonitas para lhe contar". Optei pela segunda hipótese. E, quase dois anos depois, ganhei muita paz com tudo e aprendi a saborear os bons momentos da vida.
Aprendi que se vive com a morte de alguém que nos é querido até ao final da vida, mas mesmo com as ausências e as saudades ainda se consegue ser muito feliz. Uma vez a Paula Teixeira da Cruz disse numa entrevista à Única: "Viver com a morte de alguém é como ter uma doença prolongada". Sim é. Mas se, como eu costumo dizer, 'sobrevivi' à morte da pessoa que mais adoro neste mundo, então sobrevivo a qualquer coisa. E quando interiorizas isto, andas para a frente. Nunca esqueces, mas ganhas paz e voltas a sorrir e a rir e a acreditar em tudo outra vez."
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