quarta-feira, 27 de outubro de 2010

a lição do tempo



Tem sido uma das grandes lições de vida nos últimos meses. O tempo. O tempo que não apaga o que as pessoas sentem quando os sentimentos são verdadeiros. Porque podemos estar uma vida inteira afastados, mas se no primeiro olhar e na primeira palavra parecer que foi ontem, é porque foi mesmo ontem. No nosso coração.

Nos últimos tempos recuperei três pessoas - muito importantes - que achava perdidas. De quem gostei o mundo. E que tinha arrumado na gaveta dos assuntos dolorosos, que nem vale a pena tocar, e fingir de conta que nem existiam. A gaveta abriu-se. Primeiro o R. Depois o M.

E, há dois dias, a vida deu-me de volta a AS.Que já foi tão próxima por ser tão diferente de mim. Com quem tantas coisas vivi durante a faculdade. Com quem tanto me enervei por não se ter enervado comigo quando devia.

A vida dá voltas. Muitas. Tantas. Várias. Mas quando uma mensagem de saudades me enche o coração ou um pedido de ajuda vindo do nada, do poço de cinco anos de ausência, me faz correr para ajudar a sarar feridas, é sinal que o que une as pessoas vai para além da distância dos ponteiros do relógio.

Eu não sabia disso. Não tinha noção de nada. Hoje tenho. Que posso correr para um abraço apaixonado ou limpar as lágrimas de uma amiga com a mesma intensidade e a mesma vontade.

Sinto-me na vida como à beira-mar. Em que cada onda me traz de volta o que eu achava perdido. Independentemente do tempo que andou à deriva. E eu cá estou. De braços abertos para os receber.

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