segunda-feira, 8 de novembro de 2010

para ti


Há palavras que nunca ouviste. Sorrisos que nunca viste. Histórias que não te contei.
Frases minhas que não leste.
Porque te foste embora antes de elas me acontecerem.
Mas não é por isso que deixas de estar presente em todas elas.
Que deixo de as querer partilhar da mesma forma contigo. Como se ainda aqui estivesses.
Porque não deixas de estar, mas de outra maneira.
Morras onde morreres, desapareças onde desapareceres, dentro de mim continuas igual.
Sempre igual e sempre presente.
É a tua presença hoje que me faz olhar para o mundo como olho.
Porque nunca mais estou sozinha. Tu estás sempre comigo. Ao meu lado. Sempre.
E tu sabes.
Tu sabes porque te lembras.
Lembras-te do que me disseste naquele quarto de hospital.
"Não deixes nada por fazer. Não deixes vida por viver. Não acordes tarde demais.
Não faças com eu."
Prometi-te que não faria.
E sabes que cumpro. Que estou a cumprir.
Porque foi a tua morte que me ensinou o suficiente para ser a pessoa que sempre quis e que antes não era capaz.
Obrigada Pai.

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