segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

coisas escritas



Tenho de começar a agarrar as palavras. Todas. A juntá-las. Amará-las, seja de que forma for. Precisamente porque não as quero perder. Não agora. Não agora que têm cada vez mais importância para mim. Sou uma desleixada crónica com as letras de mim. Mas tenho de evitar. Lutar contra a minha preguiça de as ir buscar em todos os cantos onde as deixei. Quem sabe, para um dia, outros as lerem. Ou não. Só mesmo para as juntar, sem um propósito. Não gosto de escrever com propósitos apesar de acabar sempre por o fazer. Digo que não e não. Minto-me. Minto às letras, às frases. Não saem por pura efabulação. Saem sempre com um objectivo. Talvez elas saibam disso melhor do que eu. Mas agora basta. Basta de tanta desarrumação. Ando há anos nisto. A deitar palavras à rua. A guardá-las depois aos bocadinhos. Sem olhar para o todo. Se é que há um todo. Talvez haja. É lá então que as quero ter. Agarrar. Prender.

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