quinta-feira, 11 de setembro de 2014

na luta dos dias

E depois se há dias. Semanas. Meses. Em que não me apetece escrever nada. Outras há em que não chegam os segundos para deitar tudo cá para fora. Numa espécie de catarse. Porque não aguento mais as palavras cá dentro. Porque me enchem. Porque pululam de sentido. Quase como se tivessem uma voz.

Porque a vida tem sido uma luta diária constante. Às vezes sem tempo para respirar. Para pensar. Em que é preciso apenas agir. E agir. Para encontrar novas soluções. Para afastar dias cinzentos. Para exterminar pensamentos negativos. A sensação de estar constantemente de armas na mão, a desbravar terreno, pesa. Porque há alturas em que tudo acontece demasiado depressa. Como se não tivesse tempo para interiorizar uma lição e já estivesse a caminho de outra.

Já não me pergunto porquê. Antes sim, agora já não. Simplesmente porque a vida é assim. E porque, por entre tanta luta, também há dias (muito) felizes, momentos absolutamente maravilhosos, memórias que não têm preço. Porque a felicidade não é, de facto, um porto ao qual consigamos chegar, mas um caminho que trilhamos todos os dias. Uma atitude perante a vida. Um olhar para o que nos rodeia.

Ser positivo é um modo de vida. Mas ser positivo também é ter dias cinzentos. Ter insónias. É uma batalha na procura das soluções ao invés de uma concentração nos problemas. Porque estes já lá estão, seja de que natureza forem. Não podemos apagar um problema. Podemos tentar contorná-lo, resolvê-lo, minimizar os seus efeitos. E é nisto que me concentro. Hoje e sempre. Porque depois dos dias em que só apetece esconder a cabeça debaixo da almofada, segue-se o respirar fundo, arregaçar as mangas e seguir em frente. Porque a vida é demasiado curta para olharmos apenas para trás.